“Três anos sem reajuste. Viemos há 03 anos em confronto com o Governo do Estado, no que tange a questão da garantia do pagamento dos salários dos professores. O governo vem desrespeitando a carreira do Magistério por três anos consecutivos, o que provocou o desmonte, o esfacelamento da carreira”, asseverou a presidente do Sintese, Ivonete Cruz.
Nesta quarta-feira, 14, a professora e presidente do SINTESE, Ivonete Cruz, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) a fim de proferir palestra com a seguinte temática: “Cenário da Educação Pública em Sergipe e o Desmonte do Magistério”. O convite para apresentação do cenário da Educação em Sergipe foi uma iniciativa da deputada estadual do PT, Ana Lúcia, por meio de Requerimento apresentado à Casa Legislativa em abril deste ano.
Segundo expôs a deputada, a palestra é importante para que todos possam ter a oportunidade de ter acesso a informações sobre o desmonte da nossa carreira, do magistério, e também sobre a queda da receita na área de educação. “Desse vez o síntese através da presidente do Sindicato teve a oportunidade de ocupar a tribuna, que é um espaço parlamentar, para dizer aos parlamentares, e a sociedade sergipana, sobre o cenário da escola pública. Além das condições de trabalho, abordará o processo de desvalorização de pauperização dos professores, pois estamos com o nosso plano de carreira congelado, e isso fez com que, cerca de 90% dos professores recebem apenas o piso salarial.
Governo
Segundo frisou Ana Lúcia, mediante situação, a relação do governo com o sindicato é de intenso desgaste. “ O desgaste é imenso, pois o diálogo deixou de existir. Desde que o secretário de Educação assumiu, ele pessoalmente recebeu uma a duas vezes o síntese. E com a equipe de governo, ele deve ter participado de uma ou duas audiências, e isso já se faz três anos”.
Continua, “Não se faz Educação sem dialogar com os educadores, com os estudantes, com a sociedade, com as famílias. O diálogo é fundamental para se avançar nas relações democráticas, quando a gente defende uma sociedade democrática. Então, na medida que você ceceia o diálogo, você está cada vez mais está contribuindo que você está vivendo hoje no Brasil, que é um cenário de medidas de exceção. De medidas que não respeitam a Democracia, e os direitos conquistados pela população. E eu acho que a secretaria de Estadual de Sergipe reflete muito esse cenário”, posiciona-se, Ana Lúcia.
Palestra
O desmonte do magistério, e o cenário da Educação em Sergipe foi apresentado pela professora Ivonete Cruz, presidente do Sintese, em seu discurso. Professores e professoras das Escolas Públicas Estaduais de Sergipe lotaram a galeria da Casa Legislativa.
Iniciou sua fala enfatizando sobre controvérsia do governo com relação a uma matéria publicada pela Secretaria de Educação do Governo sobre o aumento da matrícula na rede pública. “Houve perde e não crescimento de matrícula, conforme anunciado pela matéria do governo. Não tem como o Governo atual vir tratando os professores da maneira que vem tratando. Ressaltou que de 81.309 de alunos matriculados na escola pública, 34.61% já não estão mais na escola, diante do cenário da rede estadual de Educação. Essa perda de matrícula se dá pelo fechamento das escolas e ainda pelo fechamento de turnos. A perda do aluno negativa os direitos dos professores”, exclamou a presidente.
O Modelo de Escola de Tempo Integral foi outra questão apresentada, enfatizou a questão tempo e espaço. “ Imagine uma escola com tempo integral, com o ensino médio atuando manhã e tarde. E o ensino fundamental como ficará? Serão excluídos da Escola por conta desse novo modelo”, questionou, ressaltando “falta de planejamento dessa implantação”.
Plano de Carreira, sem reajuste desde 2014, também foi ressaltada pela presidente do Sindicato. “Não tivemos em 2012, e não mais em 2015, 2016, e nem em 2017. Três anos sem reajuste. Viemos há 03 anos em confronto com o Governo do Estado, no que tange a questão da garantia do pagamento dos salários dos professores. O governo vem desrespeitando a carreira do Magistério por três anos consecutivos, o que provocou o desmonte, o esfacelamento da carreira”, asseverou a presidente.
Apelou apoio da Assembleia sobre questões apresentadas. “Como aqui é um local onde se discute a Lei, e aqui na Casa Legislativa foi discutido e aprovado a Lei que garante o nosso Plano de Cargos e Salários; ainda, o nosso Plano Estadual da Valorização do Magistério. Também, Lei do Piso foi debatido amplamente no Poder Legislativo como garantia do magistério, com a discussão da mudança da carreira para atender a implementação do piso que ocorreu em 2009. Todos esses direitos estão sendo descumprido pelo Governo do Estado”, reclamou.
Apelo
Ivonete Cruz ressaltou que é extremamente importante que o Legislativo interceda, que busque um diálogo com o Governo do Estado. “ Que os parlamentares intercedam junto ao Governo do Estado, que busquem caminhos, perspectivas, e saídas para recuperar a carreira. Pois nós chegamos no limite. Hoje um professor com Mestrado, está ganhando o mesmo valor que o professor de nível Médio. Não há mais como manter essa situação. O Governo do Estado vem aumento mês a mês um grande passivo em relação dos professores. É um cenário de empobrecimento e total destruição da carreira. Então viemos solicitar aos deputados, solidariedade. Que intervenham junto ao governo do Estado, e que construam uma proposta para que seja aprovada para a recuperação da carreira”, requereu a presidente do Sintese.
Além da deputada Ana Lúcia, os deputados Georgeo Passos, Capitão Samuel, Moritos Matos, e Maria Mendonça se posicionaram sobre questionamentos apresentados pelo Sintese.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadilson Simões