Por Kelly Monique Oliveira – Rede Alese
Alunos e professores surdos e profissionais que lidam diariamente com a comunidade surda lotaram as galerias do plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na manhã desta sexta-feira, 10, acompanhando a audiência pública sobre “Escola Bilíngue de Surdos: do direito à prática”, proposta pelo deputado estadual Iran Barbosa (PT).
Na ocasião, os presentes prestigiaram as palestras da coordenadora Geral de Política Pedagógica da Educação Bilingue do MEC, Flaviane Reis; do presidente do Centro de Surdos de Aracaju (Cesaju), Pablo Ramon Lima de Barros; da presidente do Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), Ana Lúcia; do vice-presidente do Cesaju e professor substituto do curso de Letras-Libras da UFS, Geraldo Ferreira Filho.
Segundo dados da coordenadora Geral de Política Pedagógica da Educação Bilingue do MEC, Flaviane Reis, no Estado de Sergipe existem apenas sete professores de libras para 639 alunos surdos.
“Queremos que sejam admitidos profissionais que sejam referência para os surdos e tenha a troca de influência para as línguas de sinais. Levar um surdo a inclusão não existe porque pela falta de inclusão da língua em libras, é mais uma segregação. O português sempre vai estar como língua majoritária. É direito da criança surda em aprender por meio da educação bilíngue com seus pares e com professores fluentes na língua de sinais, incluindo professores surdos”, destacou.
De acordo com a professora e interprete, Josielma Freire Lima, que participou da audiência, no Estado de Sergipe existem mais de 700 pessoas surdas e a implantação de escolas bilíngues é importante e necessária, desde que seja com profissionais habilitados.
“Isso é primordial para o surdo, agora, com profissionais capacitados que conheçam a comunidade surda e não qualquer um, pois a demanda de surdos no estado esta crescendo”, destacou.
Ressaltou também que atua na área há bastante tempo e a luta das pessoas surdas e o esforço no processo educacional é complicado e complexo. “Estou na sala de aula, acompanhando alunos surdos no nível superior e percebo a dificuldade por não ter uma metodologia adequada”, ressaltou.
Com a ajuda de Josielma Freire Lima, o professor de Teatro Jonatas Victor Silva, que é surdo, destacou a importância da escola bilíngue, principalmente na fase inicial.
“Libras é de extrema importância de deve ser inserida na grade escolar. Mais importante que isso, é a participação dos familiares para o desenvolvimento da pessoa surda”, frisou.
Fotos: Jadilson Simões