Por Stephanie Macêdo
O Anuário Socioeconômico de Sergipe foi apresentado na manhã desta quinta-feira (18) pelos professores Luiz Rogério de Camargos e Wagner Nóbrega, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, juntamente com Rodrigo Melo Gois, economista do Instituto Federal de Sergipe. O convite foi do deputado Georgeo Passos(Cidadania), autor da propositura. A palestra ocorreu durante a Sessão Plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).
De acordo com Georgeo Passos (Cidadania), estudos apontam que muitos Estados do Brasil estão avançando no desenvolvimento e na geração de emprego e renda, não sendo essa a realidade do Estado de Sergipe. “Sergipe está ficando para trás. Somado a isso, o próprio projeto que a Alese fez, o Plano de Desenvolvimento de Sergipe, casando com essa ideia da Casa, debater o Anuário e tentar fazer Sergipe a sair desse cenário tão negativo”, declarou o deputado.
De acordo com o professor Luiz Rogério de Camargos, o estudo apresenta, de forma sistemática, dados de desempenho da economia e das demandas sociais, que subsidiem a análise dos mesmos e proposição de políticas. E que, nessa 3º edição, ano de 2021, o Anuário explorou o item Produtividade.
“Na produtividade a gente pode comparar a competência do Estado em relação aos demais Estados. A grande conclusão é que a gente observa que Sergipe, em relação aos demais Estados, inclusive aos do Nordeste, está bastante aquém. É uma situação bastante complicada e a gente precisa buscar entender o porquê disto e trabalhar questões centrais”, declarou.
Camargos ainda destacou que a peça-chave do planejamento estratégico é a análise de Leis, como ferramenta fundamental para realização de melhorias pretendidas, destacando que a Alese é um local especial e ideal para o debate ampliado sobre o Anuário Socioeconômico de Sergipe.
Investimentos
Segundo o professor Wagner Nóbrega, o anuário aponta que o motor da economia sergipana tinha muito a ver com a Indústria Extrativa, o que não é mais a realidade atual. “A exemplo do petróleo e gás, esse já não é o motor. Então, a nossa proposta é que existam soluções que sejam direcionadas à estrutura produtiva de Sergipe. Há setores que se mostraram competitivos, e que vislumbram uma possível retomada da economia sergipana, como os setores de informação e comunicação, de turismo, alimentação, comércio e serviços” declarou.
O deputado Luciano Pimentel (Sem Partido), ressaltou que apresentação foi muito positiva, contudo, buscou respostas dos palestrantes a despeito de alguns itens apontados, entre eles, sobre os setores industriais – segundo estudos, o setor tem caído em Sergipe ante outros estados.
Ao ouvir a apresentação do anuário, a deputada Maria Mendonça (PSDB) disse se sentir preocupada com o quadro da Economia. “Temos um solo fértil e subsolo tão rico, e a natureza nos prestigiou com pontos turísticos que podem ser explorados. Temos cachoeiras, cânion, o Parque da Serra. São pontos extraordinários, que poderiam servir de atração turísticas, e estamos nessa situação tão deficitária”, lamentou a parlamentar, enfatizando ainda que o Estado precisa muito da capacidade técnica para que, junto ao governo e segmentos sociais, possam transformar essa realidade. “Nosso PIB precisa crescer. Quem conhece a realidade antes e depois de Alagoas, é notório que Alagoas cresceu em relação ao turismo, aquecendo o PIB do estado”, salientou.
Iran Barbosa (PT) teceu comentário da apresentação e disse que saiu da apresentação dos estudos com muita reflexão e desafio diante do apresentado. ” Observo a necessidade de uma política de pensar Sergipe como estado que carece de uma política de Estado”, disse.
Com 839 páginas, o Anuário Socioeconômico de Sergipe está disponível no site do grupo de pesquisa: http://cafecomdados.com/anuario/.
Fotos: Jadilson Simões