A deputada estada Ana Lúcia (PT-SE) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe, na manhã dessa quinta-feira, 19, para registrar, mais uma vez, a sua preocupação com a crescente onda de intolerância que vem ganhando força na sociedade brasileira.
A parlamentar iniciou o seu discurso, alertando que mesmo com a proximidade do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a população negra no Brasil continua sofrendo com o racismo e a discriminação. Como forma de denunciar esse preocupante quadro de intolerância e discriminação, Ana Lúcia apresentou fotos e um vídeo da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo e Pelo Bem Viver ocorrida em Brasília, na última quarta-feira, 18.
O vídeo apresentado mostra atos de intolerância e violência praticadas por manifestantes que defendem a volta do regime militar no Brasil e também por policiais. “Quando as mulheres chegaram, foram impedidas de entrar no Parlamento por pessoas que defendem a volta do regime militar e que estão há quase um mês acampadas na porta do Congresso Nacional com autorização do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Um policial, integrante desse movimento de caráter fascista, fez quatro disparos para o alto e agrediu mulheres que participavam da marcha. Esse mesmo policial foi detido na semana passada por fazer ameaças com uma arma a manifestantes que participavam de Atos na Esplanada dos Ministérios”, relatou Ana Lúcia.
A sequência de fotos apresentadas pela deputada mostra o momento em que o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT- RS), é agredido com gás de pimenta por policiais que ainda riam de toda a situação. “É importante que os jovens percebam como é que vai se construindo uma ditadura e como há uma tentativa de se alterar as relações democráticas já consolidadas. Nenhum policial pode ter esse tipo de comportamento. O fato de ser uma agressão contra um parlamentar agrava ainda mais essa situação”, destacou Ana Lúcia.
Ana Lúcia finalizou o seu discurso atentando para a necessidade de se ter cuidado com esse tipo de comportamento. “O que avança nesse país é uma visão fascista e ditatorial. Vejam como os integrantes desses movimentos fascistas abordam aqueles divergem deles. Na base da violência, do tiro. Não podemos construir uma sociedade do ódio e da intolerância. É com o respeito às diferenças e aos conflitos de ideias que nós devemos consolidar a nossa democracia”, afirmou a deputada.