Através de um requerimento da deputada estadual Ana Lúcia (PT), o plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe abrigou durante o Grande Expediente da Sessão dessa segunda-feira (15), uma palestra sobre o Serviço Social, Educação e Políticas Públicas promovida pelo representante do Conselho Regional de Serviço Social 18. Região – Sergipe (CRESS/SE), Itanamara Guedes Cavalcante, para marcar a passagem do Dia do Assistente Social.
Antes da sessão plenária, abrindo as atividades da Semana do/a Assistente Social, a categoria promoveu um Ato Público em defesa da Educação e da inserção do Assistente Social nas escolas. A manifestação ocorreu no porta da Assembleia Legislativa, na Praça Fausto Cardoso. Também prestigiaram a exposição o vereador de Aracaju, Iran Barbosa (PT) e o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Luís Felipe Araújo.
Ao fazer sua exposição no plenário da Casa, a presidente do CRESS/SE apresentou aos deputados estaduais a minuta de um projeto de lei para que eles avaliem e estudem a aplicação em Sergipe de uma legislação que disponha sobre a criação do cargo de Assistente Social e Psicólogo na rede de Educação Básica do Estado.
“Os trabalhadores passaram a reivindicar diversas políticas públicas no nosso País, entre elas a política de Educação, mas não a que desejamos. É uma política que cumpre o papel da sociedade capitalista que são relações sociais de desigualdade, ou seja, a educação cumpre o papel de formar o trabalhador apenas para o mercado de trabalho e para reproduzir o sistema capitalista”, comentou a presidente do CRESS.
Itanamara Guedes foi ainda mais longe e disse que a Educação não tem sido uma prioridade dos governos, inclusive do federal. “Essa política tem seguido um modelo educacional empresarial e baseado na lógica dos organismos internacionais da empregabilidade, onde as pessoas não trabalham ou não tiveram acesso porque não tiveram qualificação profissional. Querem incutir nos trabalhadores a culpa pelo desemprego”.
Ela analisa que a educação tem um papel muito maior graças aos seus trabalhadores, à sociedade brasileira e aos movimentos sociais em defesa da Educação. “Nós reivindicarmos a inserção do Assistente Social nas escolas. Para a gente entender a Educação como um processo de transformação social são necessários elementos como Liberdade, Democracia, Moradia, Justiça Social e Equidade. Eles precisam estar no chão da escola, na entrada do aluno. É essa concepção que o serviço social traz para si”, colocou.
Por fim, ela acrescentou que o modelo pleiteado em Sergipe já está em andamento no Estado de Alagoas e no município de Maceió (AL). “Alagoas é muito mais vulnerável que o nosso Estado e já regulamentou esta medida. Sua capital também. Temos um projeto que já passou por várias comissões do Congresso Nacional. Na Educação Estadual existe um setor de Serviço de Acompanhamento Social e Psicólogo, mas que não foi implantado”.
“Nós viemos aqui para chamar a atenção da sociedade e do parlamento estadual para que olhem mais para a Educação, de uma forma mais ampliada. 50% dos alunos do ensino médio estão em séries que não correspondem as idades deles. Isso prova que o problema já vem da Educação Infantil e das primeiras séries iniciais do Ensino Fundamental. Temos 28% de reprovação do 6º ao 9º ano. Precisa estruturar a escola, aumentar o investimento na Educação, mas de um olhar ampliado, e é aí que o assistente social se faz presente”, concluiu a representante do CRESS.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: César de Oliveira