Por Stephanie Macêdo – Agência de Notícias Alese
A ‘Independência do Brasil’ foi o processo histórico de separação entre Brasil e Portugal que se deu em 7 de setembro de 1822. Por meio desse acontecimento, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e passou a ser uma nação independente. Com esse evento, o país organizou-se como uma monarquia, que teve Dom Pedro I como seu primeiro imperador.
Para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil, comemorada a Assembleia Legislativa de Sergipe, por meio da TV Alese realizará uma Conferência que contará com a participação de dois renomados intelectuais sergipanos, o doutor em História e Filosofia da Educação, Jorge Carvalho do Nascimento, que conduz a conferência do presidente da Academia Sergipana de Letras, José Anderson Nascimento. A exibição através da TV Alese, canal 5.2, acontecerá nesta quarta, 7 de setembro às 8h05 com reprise às 12h. Toda a conferência também pode ser assistida pelo canal do YouTube da emissora legislativa.
Bicentenário
A Independência de Sergipe e sua relação com a Independência do Brasil foi destacada durante a Conferência, pois de acordo com o professor José Anderson Nascimento, a Independência do Brasil é um fato relevante para todos os brasileiros, teve reflexos no processo de independência aqui em Sergipe, bem como, pela participação do general Pedro Labatut, que fez a união das vilas sergipanas em torno do apoio à independência.
“Este é um assunto muito importante entre os historiadores de Sergipe, o que dá maior relevo e destaque à presença de Labatut em terras sergipanas é a profa. Maria Thetis Nunes, especialmente no Livro “História de Sergipe a partir de 1820”, registrou o professor Anderson.
O professor faz uma interessante revelação sobre a história de Sergipe da independência do território de Sergipe da Bahia e a instalação do Tribunal de Apelação com Gumercindo Bessa. “Há um outro fato interessante, relevante, que eu estudei muito agora para um trabalho que vamos editar, dos 130 anos do Tribunal de Justiça de Sergipe, que trata dos aspectos jurídicos que vieram a atingir também Sergipe, porque em que pese terem sido instituídos no Brasil inteiro tribunais de justiça, que eram chamados tribunais de relação, aqui nós ficamos ainda subordinados ao Tribunal de Relação da Bahia. Essa subordinação somente acabou com a proclamação da República, quando foi instalado aqui o primeiro tribunal de justiça, o
‘Tribunal de Apelação’, que teve como seu primeiro presidente o jurista e magistrado Gumercindo Bessa”, declarou.
Sobre o grande feito da Independência do Brasil, o historiador assevera que é uma memória histórica e contínua. “Ela ficou introduzida no âmago da nossa nacionalidade, porque o projeto de Pedro I é povo, nação e pátria. É uma chamada que se vê exatamente no manifesto que ele fez à nação na proposta para a independência do Brasil”, observa.
O período joanino também foi exaltado pelo professor Anderson. Ele avalia que a transmigração da Família Real para o Brasil alimentou exatamente o pensamento da independência entre os brasileiros, à criação do Estado Brasileiro. “Os brasileiros não quiseram voltar à condição de colônia. Quando D. João VI volta para Portugal, e que as cortes portuguesas querem reduzir o Brasil à condição de colônia, então aí houve exatamente a reação, e a reação foi proposta por um português que era o Regente, que era Pedro I.
Independência do Brasil e a consolidação do território sergipano
O professor e historiador Jorge Carvalho rememorou traços da guerra de independência do Brasil, da separação administrativa entre a Capitania da Bahia do território sergipano. Frisa que no contexto de guerra da independência, o marco inicial se deu com a revolução de 1817 em Pernambuco, e o gradual enfraquecimento do poder da Capitania da Bahia. Explicou que o processo de independência de Sergipe, caminhou associado a guerra de independência do Brasil, tendo se consolidado em momentos distintos. Iniciado com o decreto de Dom João VI, em 8 de julho de 1820, que coloca a Capitânia de Sergipe Del Rei como independente do governo baiano, e, já no regime imperial, com D. Pedro I, com a reafirmação da autonomia sergipana, e sua consolidação, juntamente com o processo de reconhecimento da independência do Brasil, ocorrida em 1822.
“Sergipe se engajou através das lideranças, principalmente das forças econômicas ligadas aos setor rural e dentre outras razões, essa foi uma razão forte para que Dom João VI pudesse reconhecer Sergipe. Isso ocorreu antes de 1822, e já quando chega em 1822, Sergipe continuava a lutar contra a resistência dos baianos que não queriam aceitar a autonomia de Sergipe. Contudo, Dom Pedro reafirma a condição da Província de Sergipe, e Sergipe já vai aparecer na primeira Constituição do Império quando se normatiza a divisão territorial do Brasil. Uma posição que se consolidou historicamente. E com isso, na celebração do 200 anos da independência do Brasil, em 2020, Sergipe celebra os 200 anos da sua Emancipação Política”, externou Jorge Carvalho.
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