Por Kelly Monique Oliveira – Rede Alese
Durante a audiência pública para debater o “Atlas da Violência 2019”, que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 27, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), socioeducandos da Fundação Renascer ocuparam as galerias da Casa Legislativa para acompanhar a iniciativa. Na ocasião, oito adolescentes que fazem parte do curso de teatro da instituição, apresentaram peça teatral intitulada “ECA para fazer ECO”, que destacou os direitos e deveres de cada um.
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Diretor Operacional da Fundação Renascer, Antônio Carlos Viana
Para o diretor Operacional da Fundação Renascer (DIROP), Antônio Carlos Viana, fazer medida socioeducativa não é fácil. “Quando temos uma sociedade que não compreende o trabalho, faz pré-julgamento e acaba tencionando toda uma política de atendimento, torna essa atividade mais difícil. A gente faz nosso trabalho na Fundação, mas quando esse adolescente sair da unidade precisa de um suporte da sociedade, das pessoas e das instituições”, destacou.
Sobre a participação dos adolescentes na Alese, o diretor da DIROP enfatizou que é importante os jovens conhecerem a realidade. “É interessante que eles tenham esse conhecimento e passem para os outros que ficaram nas unidades. Além disso, eles precisam sair e vivenciar outros espaços porque a medida socioeducativa não se faz apenas dentro dos muros. É importante esse processo de reaproximação dos adolescentes com a sociedade”, colocou.
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Diretor da Casem, Rodrigo Silva
Na avaliação do diretor da Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), unidade administrada pela Fundação Renascer, localizada em Nossa Senhora do Socorro, Rodrigo Silva, o estado de Sergipe evoluiu com relação às medidas socioeducativas e, discutir a questão da violência é importante.
“Esse assunto tem que ser discutido para que possamos identificar onde o estado está errando e onde precisa aplicar mais políticas públicas. Há quatro anos tivemos uma evolução nos trabalhos por conta de profissionais que atendem o que determina o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), pois a Casem foi construída como modelo da América Latina”, declarou,
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Jessé Gomes, coordenador Geral de Segurança da Fundação Renascer
Jessé Gomes, coordenador Geral de Segurança da Fundação Renascer, ressaltou que a ressocialização do órgão é realizada de forma pedagógica.
“Hoje não aplicamos a parte de segurança apenas privativa, e sim a convencional, ou seja, ostensiva. Aplicamos a segurança pedagógica, ou seja, uma pedagogia que nos leva a trazer esses adolescentes de volta ao convívio social. Então, existem diversas aplicações de cursos, oficinas e outras atividades para que o adolescente possa ser inserido. Essa é uma forma de termos o sucesso de inseri-lo de volta à sociedade.
O socioeducando de 18 anos, D. M. P, que está na Casim há um ano, falou que essa é mais uma oportunidade que a instituição está oferecendo. “Essa é uma forma de mudar de vida, mostrando alternativas de como podemos agir”, declarou.
Fotos: Jadilson Simões