Por Assessoria da Parlamentar
O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Francisco Gualberto (PT), usou a tribuna na sessão desta terça-feira (10) para demonstrar mais uma vez sua preocupação diante das ameaças feitas constantemente à democracia do país e que partem do próprio presidente da Nação, Jair Bolsonaro. “O que ocorreu hoje em Brasília podemos chamar de ensaios de um golpista. Sem qualquer lógica, a não ser a demonstração desta tendência, afeição e preferência do presidente da República pela ditadura, o que ele não nega”, disse o deputado referindo-se ao desfile militar convocado por Bolsonaro.
Logo cedo, na capital federal, tanques de guerra e outros veículos blindados da Marinha deixaram o Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília em direção à Esplanada dos Ministérios, para entregar um convite de um exercício militar ao presidente. Os veículos circularam em frente ao Palácio do Planalto para a solenidade, e a exibição ocorre no mesmo dia em que está prevista, na Câmara dos Deputados, a análise da PEC que prevê a adoção do voto impresso, já julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com Francisco Gualberto, “o desfile desnecessário e desmedido preocupa todo cidadão que tem noção do que está acontecendo”, e é realizado “no momento em que o presidente insiste no voto impresso, mantendo um conflito que enxergo como ameaça clara de qual é a tendência que o Palácio do Planalto defende”. “Se nossa democracia ainda não é a que desejamos e precisa de qualquer aperfeiçoamento, que façamos. Mas façamos dentro do estado democrático de direito, e não com os tanques de guerra, pois os tanques nunca fizeram uma Nação evoluir”, afirma o deputado.
De acordo com Gualberto, Jair Bolsonaro coloca sob suspeição as próximas eleições e o sistema de votação que o elegeu, que é a votação eletrônica, cujo sistema nunca apresentou nenhuma comprovação de sabotagem ou deficiência. “Para azar dele, ele foi eleito pelo voto direto. Mas fica claro que ele gostaria mesmo era de ser um ditador, isso é o que demonstra quando faz as suas ameaças”, reforça o deputado. “Defendo o processo democrático e o estado de direito conquistado a duras penas. Sei na pele o que foi a ditadura militar. Em 1979 tive que fugir da minha cidade e vim parar em Aracaju, praticamente sem conhecer nada da capital. Fui processado, tomei porrada da polícia por engajamento com movimento sindical, fundação do Partido dos Trabalhadores, tudo no período da ditadura militar, mas nós conseguimos nos livrar dessa maldição”, disse Gualberto, citando vários atos e manifestações de Bolsonaro que comprovam a sua afeição com a ditadura militar.