Por Habacuque Villacorte – Rede Alese
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Zezinho Sobral (PODE) ocupou a tribuna na tarde dessa segunda-feira (18), para destacar o termo de compromisso assinado, semana passada, em Nossa Senhora da Glória, entre a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faese) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), lançando o programa de Assistência Técnica e Gerencial para a Agroindústria Artesanal de Laticínios, visando capacitar, inicialmente, 60 produtores e queijeiros.
O deputado criticou a FPI (Fiscalização Preventiva Integrada) Sergipe, coordenada pelos Ministérios Públicos, Estadual e Federal, e pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco. “Enquanto a gente estava em Glória, assinando um termo de compromisso, essa FPI estava em Nossa Senhora de Lourdes fechando queijarias”.
Zezinho Sobral pontuou ainda que com o termo assinado em Glória os produtores e queijeiros serão beneficiados com conhecimentos técnicos necessários para garantir sua qualificação. “São 60 queijarias que vão receber assistência técnica e dedicada durante dois anos. É a medida mais eficiente e adequada, com uma visita mensal de quatro horas com cursos de qualificação para os queijeiros”.
Ele explica que com a medida o próprio dono da queijaria, se qualificado, pode responder como responsável técnico do negócio, onerando menos o pequeno empresário. Ao defender seu projeto de lei sobre as queijarias, Zezinho disse que ele estabelece critérios para que o leite venha ser transportado das queijarias para os fornecedores. “Chega a orientar a forma aprimorada de colocar em prática, uma proposta minha, mas gerida com técnicos da Emdagro, da UFS, além do IFS e do Sebrae”.
Casas de Farinha
Zezinho Sobral também falou das fiscalizações que estão resultando no fechamento das casas de farinha no estado, onde o Ministério do Trabalho está fazendo exigências como colocar relógio de ponto, carimbo, registrar os funcionários, dentre outras coisas. “Todos sabem que as casas de farinha fazem parte da agricultura familiar. A farinha é um patrimônio cultural do Estado e todo mundo tem ela em casa”.
O deputado está propondo que não apenas a farinha, mas toda a produção seja reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial, desde o plantio, o transporte da mandioca e a confecção da farinha. “É um processo secular e esse mercado é da economia solidária! No meu entendimento, inclusive, o cidadão que a prepara já pode ser inserido na condição de artesão. Estamos falando do sustento e da cultura de muitas famílias”.
Ibrain Monteiro
Em aparte, o deputado Ibrain Monteiro (PSC) também defendeu que a produção de farinha é uma questão de subsistência e que faz parte da agricultura familiar. “Em Lagarto temos centenas de famílias que se reúnem, que são pequenos agricultores que raspam a mandioca. Não é um indústria, mas amigos e familiares que se juntam em busca da sobrevivência”.
Fotos: Jadílson Simões