Por Luciana Botto- Rede Alese
Na manhã dessa terça-feira,29, o Grande Expediente da Casa Legislativa foi reservado para palestra comemorativa dos 96 anos de Fundação do Arquivo Púbico de Sergipe (APS), tendo como conferencistas o secretário de estado da Educação, o professor Josué Modesto; as professoras Beatriz Góes e Terezinha Oliva; além do prof. Carlos Malaquias e a diretora do Arquivo, Lícia Cristina Souza. A iniciativa foi do deputado Francisco Gualberto (PT), através de Requerimento n°1421/2019, aprovado por unanimidade.
A sessão comemorativa foi aberta com a fala da diretora do Arquivo Público de Sergipe, Lícia Cristina Souza, que reforçou a importância de salvaguardar a memória do estado. Em seu relato, a gestora contou a origem do Arquivo Público de Sergipe, que nasceu na Seção de Arquivo da Biblioteca Pública Provincial, criada em 1848 (Lei n° 2.33), através do então governador Graccho Cardoso, com a finalidade de guardar documentos originais ou cópias de quaisquer papéis do Governo Geral ou Provincial, relativos ao Direito Público, à legislação, à Administração, História, Geografia, bem como manifestações científicas, literárias e artísticas de Sergipe, explicou Lícia reconhecendo que ainda se faz necessário avançar, no que diz respeito ao número alto de arquivo do recolhe em órgãos públicos.
Sobre os desafios do arquivo para os anos seguintes, Lícia Cristina disse que a instituição não pode ter medo de cumprir sua missão, devendo estar atenta às inovações tecnológicas do sistema de acesso à documentação, através da digitalização do acervo. Ela falou também da importância da disponibilização de conteúdos online para a sociedade, além da efetivação de uma política do sistema estadual de arquivo que integre informações entre os entes públicos, além da realização de convênios com instituições nacionais públicas e privadas, a exemplo do Arquivo Público Nacional e Arquivo Público do Estado de São Paulo.
“O guardião do patrimônio histórico é essencial para a nossa identidade na atualidade e no futuro, defendendo a ideia de que o direito à memória seja condição indispensável a ser cidadão e cidadã desse estado. É o que nos permitirá conservar as lições de superação para as gerações futuras”, justificou Lícia Santana, acrescentando “Somos gratos ao Poder Legislativo pela homenagem comemorativa dos 96 anos de fundação do Arquivo Público de Sergipe”
A professora Beatriz Góes fez um resgate das múltiplas criações do arquivo desde a década de 70, até os dias atuais. Segundo ela, o traço que marca os arquivos de Sergipe é a descontinuidade do tratamento da documentação, como também as mudanças de localidade para o funcionamento do acervo público. “Rememorar experiências do passado pode ajudar a construir o futuro”, salientou
A historiadora Terezinha Oliva destacou a sessão comemorativa do Arquivo Público na Alese como um resgate da instituição para com o Poder Legislativo. Para Oliva, o reconhecimento e a valorização possibilitam dar condições à instituição exercer bem a sua tarefa. “Os arquivos públicos representam a memória oficial do estado”, ressaltou Oliva
O secretário de estado da Educação, professor Josué Modesto afirmou que o Arquivo Público é o guardião da identidade de Sergipe. Em termos de documentação, Modesto disse que é a instituição mais rica em coleção sobre a independência, sobre sergipanidade e sobre a constituição dessa parte do país. “Vida longa para o Arquivo, pois representa a sobrevivência da sergipanidade”, pediu o secretário
Para o autor da propositura, o deputado Francisco Gualberto, o Arquivo Público é de fundamental relevância, uma vez que preserva em sua memória informações da sociedade, dos movimentos sociais, políticos e econômicos.
Arquivo Público de Sergipe- História
O imóvel que hoje abriga o Arquivo Público, nominado Palácio Carvalho Neto, foi construído em 1936 afim de abrigar a Biblioteca Pública e a Secção do Arquivo Público. No terceiro ano após a sua criação, em 1926, o arquivo volta à condição de seção da Biblioteca Pública, mantendo-se nesta situação até 1945. Lá estão salvaguardados documentos manuscritos, datilografados, impressos, iconográficos, cartográficos, obras hemerográficas e publicações, provenientes da Administração Pública Provincial e Estadual, inclusive dos Poderes Legislativo e Judiciário, como também particulares, referentes aos séculos XVIII, XIX e XX.
Em 1947, o Arquivo Público muda-se para o imóvel que hoje sedia a Escola do Legislativo (antiga Assembleia Legislativa). A situação permaneceu até 1974, quando foi construído um novo prédio para a Biblioteca Epifânio Dória, no bairro 13 de julho. A Biblioteca mudou-se e o Arquivo Público de Sergipe passou a ocupar sozinho o Palácio Carvalho Neto.
Obra
O prédio foi reformado e modernizado, entregue àa população recentemente, com um investimento da ordem de R$ 900 mil, por meio de parceria firmada entre o Governo de Sergipe e a Centrais Elétricas (Celse), através de Protocolo de Intenções que visa promover ações de preservação do patrimônio cultural e histórico de espaços públicos que integram o meio ambiente cultural do estado de Sergipe.
Foto: Jadilson Simões