Por Stephanie Macêdo – Rede Alese
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, esteve em Sergipe na manhã desta quinta-feira, 2, no plenário da Casa Legislativa de Sergipe, onde foi condecorada com os títulos de Cidadania Sergipana e Aracajuana, ambos oferecidos conjuntamente pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e pela Câmara Municipal de Aracaju (CAM), respectivamente. Na oportunidade, a ministra falou sobre investimentos e parcerias para Sergipe.
Projetos e ações
A ministra Damares Alves, em entrevista à imprensa, falou sobre perspectivas na gestão e investimentos para o estado de Sergipe. “Os anos em que morei em Sergipe foram os melhores anos da minha vida. Sergipe é o meu estado, eu escolhi ser sergipana. E aqui em Sergipe, estou feliz por receber os títulos de cidadania na manhã de hoje. Eu eu e minha equipe já estamos trabalhando por esse estado. Hoje já participamos de uma visitação ao Centro de Referência da Pessoa com Deficiência. O órgão ainda não foi inaugurado, mas um pleito nos foi entregue para levantarmos mais recursos para tão logo ser inaugurado”, anunciou a Ministra.
A ministra também registrou a entrega de veículos para a Funai de Sergipe. “Logo mais entregaremos à Funai, que também está no meu ministério, alguns veículos para os povos indígenas locais” disse Damares, afirmando que agora que é devidamente sergipana, se empenhará para levantar recursos financeiros e parcerias para o estado.
Mudança do nome do ministério
Na oportunidade, a ministra Damares Alves ressaltou que o nome do ministério em que atua deveria ser trocado. “O presidente Bolsonaro deveria trocar o nome desse ministério. Esse ministério deveria se chamar “Ministério da Vida e da Alegria”. É que esse ministério tem por espinha dorsal a proteção da vida. Ele vem proteger a vida da mulher, do jovem, da criança e do adolescente”, explicou a ministra, que esteve na Casa Legislativa acompanhada por parte de sua comitiva nacional. Estão em Sergipe, junto à ministra Damares, a secretária Nacional da Criança e do Adolescente, a secretária Nacional da Família, e diretores da secretaria da Mulher que faz o combate à violência contra a mulher.
Investimentos para Sergipe
Sobre a viabilidade de investimentos para o estado de Sergipe frente ao ministério que conduz, a ministra Damares destacou que há planejamentos para esse fim. “Estamos vivendo com o PPA (Plano Plurianual) da gestão anterior, que não tinha tantas pastas como o atual ministério. Estamos construindo nosso PPA para os próximos 4 anos. Estamos buscando recursos para dentro do ministério, pois ele cresceu muito e hoje comporta oito pastas nacionais. Em todas essas pastas podemos desenvolver ações aqui para Sergipe, sim”, assegura.
Damares ressaltou ainda recentes recursos para Sergipe. “Com essas parcerias nas pastas, estivemos entregando há 15 dias, alguns kits com veículos para Sergipe. Nesta manhã, vamos entregar algumas viaturas para os povos indígenas locais. É possível fazer grandes parcerias com esse estado. E agora, já que a ministra aqui é sergipana, mais do que nunca a gente vai lutar por recurso para esse estado”, comemora a ministra.
Sobre o lançamento oficial da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família da Casa Legislativa de Sergipe, a ministra Damares disse que a Frente vem para propor políticas públicas de proteção da vida. ” Já há outras frentes como essa na própria Câmara Federal e Senado, então é uma frente que tem muito a fazer, principalmente nesse momento em que a vida tem sido tão banalizada e que a violência ainda impera no nosso país”, disse a ministra.
Democracia
Sobre rejeição por parte de alguns em relação à concessão dos títulos que recebeu, Damares diz que recebe crísticas de forma tranquila e que esse tipo de comportamento faz parte da democracia. “Eu sei muito bem encarar essas crísticas, tenho consciência que alguns temas que a gente vem tratando dividem opiniões, mas é natural . A beleza da democracia é justamente o contraditório. Criticam o recebimento do meu título? Eu acho que eu mereço, eu fico muito orgulhosa em recebê-los”, disse a nova cidadã sergipana.
País laico
Sobre a intolerância religiosa, a ministra disse que também é alvo da intolerância, que passa por essa situação de aversão ao seu cargo e pela sua religião. “A gente ainda tem no Brasil a intolerância religiosa, infelizmente. E eu sou vítima também, faço parte dessa intolerância que corre pelo Brasil . No meu caso, além de ter minha religião, também sou pastora evangélica. É preciso ter respeito às religiões, respeito às escolhas. Dentro do nosso ministério temos uma pasta voltada para a busca da unidade, a busca da liberdade religiosa”, comentou Damares.
Abuso infantil
A ministra disse que esteve com a criança de 10 anos que foi abusada e que acabou engravidando. “Há 15 dias estive com aquela menina, e ela, ainda como os medos infantis e um bebê mexendo dentro da sua barriga. Eu me identifico com essa situação, eu fui vítima da violência, eu sou sobrevivente dessa violência. Em visita, amei essa menina, quis levá-la para minha casa, e dar acolhimento a sua família. O agressor foi descoberto e já está preso. Agora a gente tem que acolhê-la, é uma criança que vai ser mãe de uma outra criança. Essa menina vai precisar de tratamento, de acompanhamento, de amor”, falou-se Damares.
Aborto
Sobre apoiar ou não o aborto no país, a ministra disse que essa temática e decisões de contra ou a favor são decisões aquém do seu ministério. “Nós entendemos que esse tema está em tramitação no Congresso Nacional, e agora é uma competência do STF. Há muitas pastas dentro do meu ministério e tenho tanta coisa para fazer. Então, como já há uma ampla discussão sobre o aborto, eu vou deixar essa missão para outros realizarem. Eu vou cuidar das crianças, das mulheres e dos índios. Há muita coisa para ser feita”, finalizou a ministra.
Fotos: Jadilson Simões