O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa, participou nesta segunda-feira, 26, de ato de rescisão de contrato entre o Governo do Estado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que tinha o objetivo de realizar estudos para possível privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). “O governador Jackson Barreto cancelou o contrato que existia entre o governo e o BNDES para fazer avaliação patrimonial da empresa. Isso significa que nesse governo não haverá discussão sobre privatização da Deso. Se existia alguma dúvida, não existe mais”, afirmou Gualberto.
De acordo com o deputado, que sempre se manifestou contrário a qualquer possibilidade de privatização de órgão público, esse estudo do BNDES fazia parte de um projeto do governo federal que pretendia privatizar empresas em todo o país. No ato, ocorrido no auditório da Deso, Jackson Barreto assinou o documento e entregou ao presidente da companhia, Carlos Melo, diante de dezenas de funcionários da empresa e sindicalistas do setor. Francisco Gualberto, que fez parte da mesa no ato, disse que se sente contemplado com a ação do governo. “Nunca acreditamos no Estado mínimo. Esse modelo de Estado que privatiza tudo não serve”, afirmou.
Em seu pronunciamento na tribuna da Alese, o deputado criticou o posicionamento de muitos parlamentares que se dizem contra a privatização da Deso, mas no fundo fazem jogo duplo. Criticou também os senadores sergipanos que se manifestaram contra a privatização da empresa de saneamento em Sergipe, mas em Brasília votaram a favor da privatização da Amazônia. “Principalmente um, que votou favorável no projeto para vender a Amazônia, e depois vir com esse papo de que é contra a privatização da Deso, isso é subestimar a inteligência do povo”, disse Gualberto, sem citar nomes. Segundo ele, o mesmo senador também votou a favor do projeto que entrega a exploração de petróleo no pré-sal para a iniciativa privada.
Defensor do serviço público de qualidade, Francisco Gualberto citou exemplos de ações da Deso que justificam a sua permanência como empresa estatal. De acordo com ele, recentemente visitou um povoado num município do sertão onde só existem 17 residências. “Mas lá existe todo o sistema de tubulação da Deso fornecendo água potável para aquelas famílias carentes. Esse é o papel social que a Deso tem que cumprir. Será que se fosse privatizada o dono se importaria com isso? Fornecer água potável para casas de famílias humildes?”, questiona Gualberto.
Com a ação, fica garantido que no atual governo a Deso, que tem hoje 1.711 funcionários concursados e centenas de prestadores de serviços, jamais será privatizada. “Qualquer discussão sobre esse assunto fica para outros governos. A atitude de Jackson Barreto foi louvável, de quem teve a sensibilidade e compreende a importância de uma empresa como a Deso para o povo sergipano”, disse Gualberto.
Por Ascom Parlamentar
Foto: César de Oliveira