A deputada estadual Ana Lúcia (PT) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para fazer um apelo para a prefeita de Pedrinhas, Mara da Farmácia (PDT), no sentido que ela apresente uma proposta de pagamento do piso dos professores da rede municipal que, segundo a petista, o Magistério está recebendo salários referentes ao piso ainda de 2014.
Ao iniciar seu discurso, Ana Lúcia fez um histórico sobre a situação da Educação no município de Pedrinhas e denunciou que enquanto a população do município cresceu quase 8% em seis anos, as matrículas na rede municipal diminuíram. “Isso é fruto da falta de priorização da Educação. Falta de compromisso do gestor. É preciso elevar o nível cultural da população. Estamos falando de gente que tem sentimento, que tem afeto. Educação pública é um direito e não um serviço ou mercadoria”.
A deputada foi ainda mais longe e defendeu que é preciso “entender esse fenômeno”. “Em 2012 o reajuste foi dado a partir de abril; em 2013 foi dado a partir de julho; em 2015 e 2016 foi pago corretamente. Em 2017 a nenhum reajuste foi dado até agora e a categoria está recebendo o piso referente a 2014. O plano de carreira desses trabalhadores está congelado”.
“O professor que tem 25 anos de magistério e pós-graduação deveria receber R$ 6.086 de salário bruto, mas está recebendo R$ 4.494. É uma situação grave e quando se ganha na Justiça, jogam para os precatórios e só os herdeiros dessas pessoas poderão ter acesso aquilo que é de direito e que foi surrupiado pelos governos de plantão”, completou Ana Lúcia.
Em seguida, a deputada detalhou as perdas de matrículas na rede municipal de ensino de Pedrinhas. “Na creche, perdemos 16 anos, onde cada um custa R$ 4.228,22. Se não tem a receita, o Estado e a União complementam. Só aí o município perdeu recursos da ordem de R$ 67.651,52; na pré-escola não teve perda, já nos anos iniciais onde o per capita é de R$ 3.257,47, a perda par ao município foi de R$ 52.039,52”.
“Nas últimas séries não houve perdas, já na Educação para Jovens e Adultos nós perdemos 217 estudantes. No per capita de R$ 2.601, a perda total foi de R$ 564.629; já na Educação Especial, onde o per capita é de R$ 3.902, a perda total para o município foi de R$ 54.641,58, resultando em uma perda total em 2017 da ordem de R$ 638.962,28”, completou a deputada apresentando uma série de fotografias para registrar as condições precárias das unidades de ensino de Pedrinhas.
Por fim a deputada fez um apelo à prefeita. “É inadmissível que pela primeira vez o município tenha uma mulher prefeita e ela continue reproduzindo os mesmos erros dos gestores que lhe antecederam. Vamos apelar a prefeita no sentido que abra a negociação e coloque uma proposta de construção do piso que está congelado há quatro anos”.
Aracaju
Ana Lúcia também prestou solidariedade aos professores da rede municipal de Aracaju que estão em greve desde o último dia 1º pelo não pagamento do reajuste do piso do Magistério pela Prefeitura da capital. “Tive acesso aos estudos e se tem recursos sim para pagar este reajuste. Eu defendi a candidatura do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) e acho que ele não pode prejudicar os professores. Ele tem um compromisso assinado com o Magistério e precisa respeitar a carreira.
Da Agência de Notícias Alese
Foto: Jadílson Simões