Ainda no amplo debate sobre o câncer de mama na Assembleia Legislativa, promovido pela deputada estadual Goretti Reis (PMDB), chamaram atenção os depoimentos de vários pacientes com câncer que deram seus testemunhos sobre a luta diária contra a doença e externaram um quadro difícil, de falta de investimentos e de priorização por parte do poder público.
Lutando contra o câncer de mama há oito anos, a paciente Ivaneide dos Santos Ferreira fez um apelo emocionado. “Que as autoridades olhem para nós e vejam que nós precisamos muito dos medicamentos. Nós não temos condições financeiras. Muitos pacientes esperam por uma cirurgia. Eu, particularmente, estou ansiosa pela realização de uma biopsia”.
Em seguida, ela disse que precisa saber qual o direcionamento que precisa dar em sua vida, tendo em vista que aguarda pela continuidade regular do seu tratamento. “Eu quero saber se farei a quimioterapia ou a radioterapia. Eu peço que as demais pacientes tenham muita fé em Deus e força de vontade, Que elas nunca desistam de lutar, porque se abaixar a cabeça é muito pior”.
“Infelizmente eu já perdi muitas amigas, mas eu já venci uma vez e vou vencer novamente. Peço que todas sigam lutando, enfrentando as dificuldades e sendo perseverantes. Eu evito me ver chorando, mas sempre rindo e brincando, lutando com fé para vencer”, completou Ivaneide dos Santos Ferreira, bastante emocionada.
Nada mudou
Por sua vez, a paciente da AMO, Ana Paula Santana, foi ainda mais longe e externou um quadro de abandono do Estado. “Eu vim para este mesmo debate em 2015 e, de lá para cá, nada mudou! Falta priorização por parte do governo e os equipamentos quebram com frequência. Todos os deputados foram convidados para este debate, mas quase ninguém compareceu”.
Em seguida, ela disse que é muito fácil para a classe política aparecer quando morre uma paciente de câncer. “Este é um sofrimento, uma realidade triste minha e de todas as outras pacientes, Não adianta ficar sumido o tempo inteiro e chegar na eleição querendo ser o ‘pai da criança’ ou só aparecer quando morre alguém”.
Por fim, Ana Paula Santana disse que “já era para o Hospital do Câncer ter saído do papel, mas falta prioridade ao governo e faltam recursos também. Quando um político adoece ou um parente dele, levam para São Paulo. Se tivessem que ficar aqui, certamente muita coisa já teria avançado no tratamento aqui do Estado”.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: César de Oliveira