O Ministério da Saúde lançou a campanha “Janeiro Roxo”, promovendo ações educativas em todo o território nacional, para conscientizar a sociedade para que se previna e que se busque o tratamento adequado para a Hanseníase. Dentro deste debate, a TV Alese conversou sobre o assunto, na quarta-feira ,25, com o médico infectologista da Secretaria do Estado da Saúde, Marco Aurélio Góes, que aproveitou o ensejo para alertar as pessoas sobre a presença da doença, mas também para tranquilizá-las no sentido que há cura para ela.
“As pessoas precisam ter a consciência que a Hanseníase é uma realidade, que é uma doença série e que ela existe. Agora é bom frisar que existe cura para ela. Basta a pessoa identificá-la em tempo e buscar o tratamento adequado”, sintetiza Marco Aurélio Góes. Durante a entrevista para a TV Alese, ele tratou ainda dos problemas com o preconceito e a falta de informação por parte das pessoas em relação à doença.
“Existia muito estigma com a doença porque antigamente as pessoas não sabiam o que ela causava. Ela era associada à lepra e ao pecado. Muitas vezes as pessoas que tinham a doença eram obrigadas a deixarem seus domicílios e até os municípios onde residiam. É como eu disse: a Hanseníase, tratada adequadamente, tem cura. Se tudo ocorrer certinho, a pessoa fica sem sequela alguma. As pessoas costumam confundir com cicatriz ou pano branco”, explicou o especialista.
Marco Aurélio revelou ainda que a principal característica da Hanseníase é a alteração da sensibilidade. “Perde-se sensibilidade com o calor e o frio, e depois com a dor e o toque. Isso ocorrer porque ela não é uma doença de pele, como muitos acreditam. Ela atinge os nervos e preocupa a Saúde Pública porque causa deformidade e incapacidades. Mas ela pode ser tratada com medicamentos”.
Por fim, o médico alertou para a preocupação da Organização Mundial da Saúde para o tratamento da Hanseníase. “O entendimento é que os médicos e enfermeiros da atenção primária, que ficam nos postos, que têm contato direto com a população, sejam treinados e capacitados para, durante exames de diabetes ou hipertensão, também verifiquem a questão da hanseníase”.
“Esse acompanhamento já pode ser feito na própria atenção básica do bairro. O ideal é que se tenha um diagnostico precoce para facilitar o tratamento. Quanto mais cedo a pessoa descobrir, mais difícil serão as chances de ficarem sequelas. A hanseníase é uma doença infeciosa que pode afetar qualquer um”, finalizou.
Dado
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2016 foram notificados 289 novos casos de hanseníase em Sergipe, sendo que 21 deles foram relacionados a menores de 15 anos.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadilson Simões