A Lei nº 8.933, de 14 de dezembro de 2021, de autoria do ex-deputado Iran Barbosa, declara a tradicional Empadinha de Aratu do povoado Terra Caída, no município de Indiaroba, como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Sergipe.
O ato oficial reforça o valor histórico e cultural de uma iguaria preservada há décadas pela comunidade local, que se tornou um dos símbolos mais representativos da gastronomia regional.
Tradição transmitida entre gerações
A Empadinha de Aratu é parte da identidade de Terra Caída há mais de meio século. Produzida artesanalmente, tem como base o catado de aratu, crustáceo típico dos manguezais do litoral sul sergipano, e um modo de preparo que envolve conhecimento tradicional, cuidado e técnicas preservadas por sucessivas gerações de moradores. A receita é um legado do mestre da culinária popular Pascásio Custódio da Costa e servida no Restaurante Frutos do Mar, próximo à rampa de embarque da balsa que cruza o Rio Piauí.
O saber associado à mariscagem, ao beneficiamento do aratu e ao preparo da iguaria compõe um conjunto de práticas culturais que fazem parte do cotidiano do povoado, consolidando a empadinha como referência histórica e afetiva para a comunidade.
Reconhecimento que fortalece o patrimônio cultural
Com a lei, a Empadinha de Aratu integra oficialmente o acervo de bens culturais imateriais protegidos pelo Estado, destacando seu valor como expressão da memória coletiva de Terra Caída e de Indiaroba. O reconhecimento institucional contribui para a preservação de práticas que estruturam a identidade local e reafirma a importância da cultura gastronômica tradicional dentro das políticas públicas de proteção ao patrimônio imaterial.
Um símbolo da vida comunitária e da relação com o manguezal
A empadinha carrega elementos que representam o modo de vida das famílias do povoado: o trabalho das marisqueiras e marisqueiros, o vínculo com os manguezais, a circulação de saberes entre gerações e o papel da culinária como expressão de pertencimento. Essa herança cultural, construída ao longo de décadas, é parte fundamental da memória social da região.
Preservação da memória e continuidade das tradições
O reconhecimento como patrimônio imaterial reforça a importância de manter vivas tradições que atravessam o tempo e moldam a cultura sergipana. A Empadinha de Aratu de Terra Caída, formalmente protegida, consolida-se como um bem cultural que conecta passado e presente, garantindo que sua história permaneça acessível às futuras gerações.
Foto: visiteindiaroba.com.br

