A população do município de Estância pôde acompanhar pessoalmente, na manhã desta quarta-feira, 30, a sessão plenária itinerante da Assembleia Legislativa de Sergipe. A deputada estadual Ana Lúcia participou da sessão, que além de moradores de toda a Região Sul do Estado, reuniu autoridades locais, lideranças políticas e de movimentos sociais.
Estância foi o quinto município a receber a sessão itinerante e o primeiro em 2016. Com a proposta de descentralizar as ações da Alese e aproximar a população do Poder Legislativo, a sessão abriu espaço para a participação popular, destinando o pequeno expediente para que lideranças locais pudessem apresentar os principais problemas enfrentados na região e cobrar soluções dos deputados presentes.
Em cumprimento ao seu papel de parlamentar e no sentido de buscar encaminhamentos para solucionar as dificuldades vivenciadas cotidianamente pela população da Região Sul, a deputada estadual Ana Lúcia apresentou nesta quarta-feira, 29 indicações e 1 moção cobrando melhoramentos para a região. Das 30 proposituras protocoladas durante a sessão, 23 foram elaboradas a partir das demandas apresentadas por lideranças locais e sete foram reapresentações de indicações já apresentadas pela parlamentar que ainda não foram executadas pelo Poder Executivo.
Em seu discurso, Ana Lúcia prestou homenagem ao estanciano Raimundo Souza Dantas, que foi o primeiro embaixador negro brasileiro, tendo atuado em Gana e na Argentina. Filho de lavadeira e de pintor, Raimundo tornou-se educador, romancista, ensaísta, jornalista, foi nomeado embaixador em 1961 por Jânio Quadros. Foi ainda militante negro, cobrando sobretudo melhores condições de trabalho e acesso à educação para a população afro-brasileira.
“Ao homenagear este grande intelectual, estou homenageando os professores de Estância, as lavadeiras, os trabalhadores de uma forma geral e todo o povo desta cidade, do mais humilde até os grandes intelectuais”, destacou a parlamentar, que é cidadã estanciana, titulo concedido pela Câmara Municipal de Estância.
Ana Lúcia anunciou que irá realizar, ainda este ano, Seminário e Exposição educativa sobre o estanciano e pediu apoio ao presidente do Poder Legislativo Estadual, deputado Luciano Bispo, para que a Comissão de Educação Cultura e Desporto da Alese publique uma nova edição do primeiro livro de Raimundo, ‘Sete Palmos de Terra’.
Educação deve ser prioridade
Ao ocupar o grande expediente, Ana Lúcia fez um verdadeiro diagnóstico da região sul do Estado, apresentados dados educacionais, socioeconômicos e de desenvolvimento humano da localidade. Ao apresentar o índice da população não alfabetizada, que chega a 39,4% em Santa Luzia do Itanhy, Ana Lúcia cobrou melhorias na educação infantil e fundamental e a ampliação do ensino médio na região. “Não podemos libertar a população, numa sociedade altamente tecnologizada como é a nossa, sem resolver o grave problema do analfabetismo”, lamentou.
Atuação em defesa do Sul Sergipano
Ana Lúcia apresentou ainda um breve resumo das proposituras protocoladas por ela em benefício da população da região Sul. Ao longo de sua trajetória parlamentar, foram 69 proposituras, incluindo as Indicações solicitando a reconstrução da Passarela para pedestres na BR 101, ligando o bairro Bonfim ao bairro Santa Cruz; para instalação e estruturação adequada de um posto policial, no trevo da comunidade Porto do Mato; a luta pela implementação de um núcleo do Instituto Médico Legal (IML), além de reformas nos Colégios Prof. Gilson Amado, Walter Franco, Gumercindo Bessa e no Instituto Federal de Sergipe (IFS).
Em defesa da democracia e contra o Golpe
Durante a sessão, a deputada Ana Lúcia rebateu a defesa do Golpe e as as críticas infundadas ao Governo Federal e feitas pelo deputado Venâncio Fonseca. “Este impeachment é golpe sim! Porque não existe crime de responsabilidade cometido pela nossa presidenta. Dilma não responde a nenhum processo, não é nenhum indício de corrupção. O que existe é uma manipulação da grande mídia, que confunde grande parte da população, levando-a a pensar que Dilma está envolvida com o escândalo da Petrobras”, defendeu Ana Lúcia.
Ana Lúcia destacou que, mais do que assegurar a democracia no Brasil, manter o governo significa continuar assegurando todos os direitos conquistados nos últimos 13 anos pela classe trabalhadora, pelos negros e negras, pelas mulheres, pela comunidade LGBT, pelas crianças e adolescentes e por toda a população historicamente excluída. “O que está em disputa não é a corrupção. O que está em disputa é um projeto de sociedade: o projeto das camadas populares, dos trabalhadores, dos desempregados, que passaram mais de 500 anos sem nenhum direito de inclusão”, explicou.
“Hoje temos pobres, negros, filhos dos pedreiros e empregadas domésticas estudando nos bancos das universidades e saindo como médicos, engenheiros, odontólogos, situação que não era possível há 15 anos. Essas eram oportunidades dadas apenas às classes média e média alta.”, finalizou a parlamentar.
Por Débora Melo, Ascom Parlamentar Dep. Ana Lúcia