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O Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa”, destaca Gilson Andrade

Um assunto polêmico que, de um lado aponta como fator de desenvolvimento social e econômico com a geração de empregos, por exemplo, mas por outro, pode causar prejuízos, que, inclusive, já foram comprovados através dos estragos causados ao meio ambiente e na população devido a exposição à radiação em caso de acidente”, apontou o deputado Gilson Andrade (PTC) durante discurso na sessão plenária desta segunda-feira, 28, sobre apossibilidade de instalação de uma Usina Nuclear aqui, em Sergipe.

Como esquecer o maior acidente nuclear da história provocado por radiação nuclear como o vazamento de radiação na usina de Chernobyl, na atual Ucrânia, em 26 de Abril 1986; e o que ocorreu em 11 de Março de 2011, na cidade de Fukushima, Japão, quando um tsunami na sequência de um terremoto de 9 graus na escala Richter provocou o vazamento de radiação na Usina Nuclear de Fukushima. A água radioativa do mar contaminado demorará décadas para ser restituída”, salientou o parlamentar.

Em seu pronunciamento, o deputado Gilson Andrade disse que no dia 11 de janeiro deste ano estiveram em Sergipe técnicos da Eletronuclear, empresa que está envolvida no escândalo da Operação Lava Jato denunciada por suspeições de fraude e cartelização em processos licitatórios para construção de obras, que acompanhados de representantes da Corporação Nacional Nuclear da China, vieram tratar sobre a possibilidade de instalação de uma usina nuclear no Estado, possivelmente em três cidades do baixo São Francisco: Gararu, Porto da Folha e Poço Redondo.

Essa notícia nos deixou preocupados, pois, como considerar esse tipo de energia gerada como eficiente e fonte limpa, se grande parte das potências nucleares a exemplo da Alemanha, Japão, Itália, dentre outras, resolveram abandonar essa fonte energética tendo em vista o elevado risco que envolve a utilização desse tipo de energia e causando danos irreparáveis”, questionou.

Ao final do seu discurso, o deputado Gilson Andrade fez um apelo para que seja realizado no plenário da Casa uma ampla discussão e que também possa ser levada principalmente às cidades ribeirinhas onde possivelmente essas usinas serão instaladas, para que a população possa avaliar os riscos. “Sol e vento em nosso Nordeste e em nosso Estado tem praticamente todos meses do ano, então o que falta é vontade política. Que nós possamos fortalecer esse debate e que o Governo do Estado e principalmente o Governo Federal possa sim, investir em energia limpa a exemplo da através do sol e dos ventos”, salientou.

Força Política a favor da Usina Nuclear

O parlamentar explicou que desde o ano de 2010 que existe um mesmo agrupamento político, o qual comanda o Estado e vem lutando para que este projeto vingue, ou seja, de fato seja instalada a matriz energética nuclear em Sergipe, embora a Constituição Estadual no artigo 232, §8º estabeleça que “ficam proibidos a construção de usinas nucleares e depósito de lixo atômico no território estadual (…)”.

Considero que tal medida constata-se como um retrocesso, pois, para que essa usina venha ser implantada é necessário que seja alterada a Constituição Estadual através de votação nesta Casa em dois turnos pelo voto de 3/5. Além disso, pode levar mais de 10 anos para construção e há a necessidade de um complexo e demorado processo licenciamento ambiental antes do início das obras. Outro fator a ser observado e não menos importante é que sequer houve um debate com a população dos municípios onde serão instaladas as usinas para falar sobre as vantagens e riscos”, disse.

Alto custo para implantação

Outro ponto observado pelo parlamentar foi o alto custo para implantação de uma Usina Nuclear em razão da tecnologia empregada e a mão-de-obra especializada que encarecem muito o processo. “Cada um desses reatores custa em média 5 bilhões de dólares, acompanhando a variação da cotação do dólar. Além disso, essas usinas geram grande quantidade de lixo nuclear que não pode ser descartado na natureza, mas sim tratado e armazenado com rígidos padrões de segurança. Desta forma, demandam altos investimentos e processos de segurança para sua armazenagem”, frisou.

Fontes renováveis, uma opção de geração de energia

Demonstrando opinião contra a implantação de uma Usina Nuclear em Sergipe ao apresentar pontos que considera desfavoráveis, o parlamentar pediu solidariedade aos demais deputados para que não seja modificado o artigo da Constituição Estadual e assim não seja colocada em risco vidas, pois, os acidentes em usinas nucleares têm elevado o risco de contaminação das pessoas, solo, água e animais.

Há matizes energéticas limpas, como a eólica, solar e biomassa que dispomos aqui, no Nordeste e que, portanto, poderiam ser utilizadas, pois, através de uma forma mais eficiente do uso de recursos naturais do planeta se tem como resultado uma matriz mais limpa devido a participação pequena de emissões dos gases de efeito estufa, que contribuem para as mudanças climáticas no planeta”, destacou.

Brasil é o 10º maior gerador de energia eólica no mundo

O deputado Gilson Andrade apontou que o Brasil tem um dos maiores programas de energia renovável no mundo, envolvendo a produção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar. Ele explicou que os derivados da planta como o etanol e a queima do bagaço, são hoje a segunda maior fonte energética brasileira perdendo apenas para o petróleo.

Entretanto, um dos maiores destaques das formas alternativas de geração de energia no Brasil é a eólica. Em 2015 o país se tornou o 10º maior gerador de energia eólica no mundo, superando países como Portugal e Suécia, segundo Ranking Mundial de Energia e Socioeconomia. A região Nordeste é a principal geradora de energia eólica no país, pois, temos vento de janeiro a dezembro. Conforme o relatório Revolução Energética, divulgado em 2013 pelo Greenpeace, o Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050, se quiser, pois, o país tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa”, enfatizou.

Foto: Antônio Carlos

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