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“Nós vamos ocupar todos os lugares que nos foram negados algum dia”, assegura Linda Brasil

Por Assessoria Parlamentar

Inspirar. Para o dicionário, é fazer nascer o entusiasmo, é fazer nascer no coração e no espírito, um sentimento, um pensamento, um desígnio. Mas, para qualquer pessoa LGBTQIA+, ao passear com os olhos pelas 24 cadeiras da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) e se deparar com Linda Brasil (Psol) ocupando, dona de si, uma vaga, inspirar é sinônimo de espelhar, no orgulho que bate como reflexo de representatividade e ilumina caminhos e outras histórias de vida.

No 14º estado  mais violento para pessoas  trans do Brasil, como divulgou o Dossiê 2022 da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), está Linda Brasil, a educadora santa-rosense, de 50 anos. Continuando na contramão dos dados, onde explicitam que 56% das pessoas trans não completaram o ensino fundamental e apenas 0,02% estavam na universidade, a deputada colou grau no curso de Letras Português-Francês e concluiu o mestrado em Educação na Universidade Federal de Sergipe (UFS), seguindo a carreira política desde 2016.

Linda Brasil foi a primeira mulher trans discente a ter o nome respeitado na UFS, a primeira vereadora trans de Aracaju, ostentando ainda o título de mais bem votada para o pleito de 2020, e também é, atualmente, deputada estadual. Ela sabe que junto com todos esses marcos, carrega uma grande responsabilidade sob seus ombros. “Eu realmente fui a primeira em diversos espaços onde ocupei, mas tenho total consciência que essas ‘primeiras vezes’ falam muito mais sobre a sociedade que vivemos do que sobre mim, propriamente. Finalizei o curso superior, me tornei vereadora em 2020 e deputada em 2022. Isso tudo tem pouquíssimo tempo. Como é que nós esperamos todos esses anos para só então, praticamente ontem, tornar possível uma representação trans na cena política? Mas, mesmo que tardiamente, chegamos aqui e não retrocederemos. Nós vamos ocupar todos os lugares que nos foram negados algum dia. Vamos mostrar para quem quiser e não quiser ver. Somos, existimos, vivemos e estamos fazendo história no menor estado da federação”, assegurou a deputada.

Brasil mostrando suas cores

Logo após o primeiro turno das eleições de 2020, a Aliança Nacional LGBTQIA+ divulgou um monitoramento a respeito de candidaturas de pessoas da comunidade para o pleito daquele ano. Das  356 candidaturas apuradas, 20 pessoas foram eleitas, sendo uma governadora, cinco deputados/as federais, 13 deputados/as estaduais e um deputado distrital. Dentre as candidaturas vencedoras, estão seis mulheres lésbicas, cinco mulheres bissexuais, quatro mulheres trans, dois gays, um homem bissexual e dois sem registro na fonte do cadastro quanto à identidade de gênero. A maioria por partido é do  Psol, com 9 pessoas eleitas.

Para Pábulo Henrique, jovem jornalista que nasceu em Abaré, interior da Bahia, mora em Sergipe há 10 anos e atua na Mandata como assessor de imprensa, a presença de Linda Brasil na Assembleia Legislativa em Sergipe é histórica. “Eu vim para cá aos 17 anos estudar e desde quando me formei em Jornalismo venho na luta tentando consolidar o meu nome na área da comunicação e sempre busquei, ao longo desse tempo, trabalhar em espaços que me proporcionassem atuar com uma comunicação inclusiva e voltada ao social, estimulando o protagonismo das pessoas. Linda Brasil, para mim, representa tudo isso. Ela ocupa hoje um espaço que sempre foi negado para a população LGBTQIAPN+, população negra, povos originários e pessoas que sempre estiveram à margem, com outras pessoas ditando como elas deveriam se comportar e até onde poderiam chegar. Então Linda para, para mim quebra um paradigma quando é eleita vereadora e outro paradigma quando é eleita deputada estadual em Sergipe. Para mim ela representa todo esse processo de resistência e transformação”, garantiu.

“Em particular, por ser travesti, Linda para mim é esperança em contar outras histórias de um Brasil, ainda tão transfóbico. Linda é uma figura pública no Estado que além de pautar em seu trabalho a comunidade, ela também é parte da comunidade, seu reconhecimento na carreira política incentivou a população sergipana a visualizar uma corpa, que luta em coletividade”, finalizou Ariel Matos Brito, assessora parlamentar da mandata e integrante do Grupo de Trabalho (GT) de Direitos Humanos.

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