Por Stephanie Macêdo – Agência Alese(*)
Há dois anos, por meio da Lei Estadual de nº 8.656 de 2020, o Estado de Sergipe comemora a ‘Semana da Juventude e o Dia da Juventude’. A data entrou para o Calendário Oficial de Eventos do Estado e é celebrada, anualmente, no dia 12 de agosto.
O Dia da Juventude em Sergipe está em consonância com o Dia Internacional da Juventude. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, com o intuito de ser um dia de reflexão sobre a inclusão e a contribuição dos jovens na sociedade e no futuro do planeta. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a juventude pode ser definida como um período de transição da dependência da infância para a independência da idade adulta e a consciência de nossa interdependência como membros de uma comunidade. “A juventude é uma categoria mais fluida do que uma faixa etária fixa”
Pesquisa
De acordo com a ONU, esta é a maior geração de jovens da história da humanidade, são quase 2 bilhões de jovens no planeta. Deste número, 500 milhões vivem em situação de extrema pobreza. Além disso, os jovens são os mais afetados pela crise econômica devido à pandemia do novo coronavírus. O Relatório realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em maio de 2020, revela que 1 em cada 6 jovens está desempregado no mundo.
A celebração no mundo serve para refletir qual é o papel do jovem na sociedade e como eles podem ser inseridos nas discussões de políticas públicas, saúde, educação, cultura, mercado de trabalho, entre outros. Além disso, tem como objetivo despertar a própria juventude, pois são eles os agentes transformadores fundamentais para a identificação de soluções novas e inovadoras para um futuro melhor.
O dia ganhou ainda mais relevância quando a ONU decretou que o ano de 2010 seria considerado o Ano Internacional da Juventude, sob o tema ‘Diálogo e compreensão mútua’. Por meio do Programa Internacional da Juventude, todo ano é incentivado e promovido ações que possam assegurar a melhoria na qualidade de vida dos jovens de todos os países.
Dia Nacional da Juventude
No Brasil, o dia 12 de agosto entrou para o calendário por meio do Decreto de Lei nº 10.515, em julho de 2002. A data serve para homenagear os jovens e destacar o papel importante que eles têm na sociedade, além de dar maior visibilidade aos problemas enfrentados pela juventude, como más condições de vida, educação e saúde de baixa qualidade, desrespeito aos direitos, dificuldade em entrar no mercado de trabalho, etc.
No nosso país, a atual Política Nacional de Juventude (PNJ) considera que os jovens são as pessoas que possuem entre 15 e 29 anos.
Segundo um estudo do Centro de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estima-se que até o final do ano de 2021 a população jovem será inferior a 50 milhões de pessoas, a menor desde 2002. O levantamento também projeta que o número de jovens poderá ser reduzido quase à metade ao fim deste século. A cada ano a ONU escolhe um tema a ser debatido e trabalhado no mundo todo, referente a educação, saúde, mercado de trabalho, meio ambiente, além de desafios que os jovens enfrentam diariamente.
Campanha
Em maio desse ano, a enviada especial do secretário-geral da ONU para a juventude, Jayathma Wickramanayake, em parceria com a The Body Shop International, anunciou a campanha “Seja visto, seja ouvido”.
A iniciativa tem como objetivo criar mudanças estruturais nos processos de tomada de decisões políticas, para que os jovens sejam melhores representados e suas demandas atendidas.
Junto com o lançamento da campanha foi divulgado um relatório detalhando o que pensam jovens de 26 países sobre a política. Oito em cada 10 acreditam que os sistemas políticos precisam de reformas drásticas para se adequarem ao futuro.
Para desenvolver a campanha e criar o relatório que mapeou as principais barreiras estruturais que impedem os jovens de participar da vida pública, foram entrevistados 27.043 pessoas em 26 países. Metade delas tinha menos de 30 anos. Os resultados mostraram que dois terços concordam que os sistemas políticos seriam melhores se houvesse mais oportunidades para os jovens terem voz no desenvolvimento e mudança de políticas.
Além disso, duas em cada três pessoas também discordam do atual desequilíbrio de idades na política e 8 em cada 10 defendem que a idade ideal para votar pela primeira vez deve ser de 16 a 18 anos – embora a maioria dos países a restrinja a 18 anos ou mais.
(*)Com informações da CASHME e da ONU
Foto Ilustrativa: Pixelfit by Getty Images