O diretor-presidente do Ipesaúde, Christian Oliveira, atendendo a um requerimento do deputado estadual Luciano Bispo (PMDB), fez uma exposição sobre a realidade do órgão no plenário da Assembleia Legislativa. Para a surpresa dos parlamentares, o gestor revelou que, após um recadastramento recente, ficou constatado que 35 mil supostos beneficiários estariam com situação cadastral irregular.
Ao iniciar sua exposição, Christian Oliveira já agradeceu a oportunidade de falar na tribuna da Alese e focou nos custos exorbitantes e exponenciais da inflação médico-hospitalar. “No último ano estes custos cresceram na ordem dos 20%. Apesar de ser um serviço prestado pelo Estado, na minha ótica o Ipesaúde é o maior plano de saúde do nosso Estado. Ele atende a uma gama de servidores estaduais, mas também a outros servidores através de convênios”, colocou.
Segundo o gestor entre o final de 2014 e início de 2015 a despesa só com a rede credenciada ultrapassava a receita global do órgão, o que quase determinou a sua falência e onde se estabeleceu uma forte crise na prestação de serviços médicos. “Tivemos que lançar mão de algumas práticas para manter a sobrevivência. Eu olho para trás com tranquilidade porque se nada fosse feito, certamente o Ipesaúde deixaria de existir em um curto espaço de tempo”.
Ele também destacou o projeto de lei aprovado, em 2016, pela Assembleia Legislativa que permitiu a cobrança dos dependentes dos beneficiários por faixa etária. “Caso contrário, até o final dessa gestão não teríamos mais condições de prestar os serviços. Pegamos uma estrutura própria falida, desorganizada, decadente e sucateada. No interior não se prestava mais serviços aos beneficiários”, disse, agradecendo a confiança do governador Jackson Barreto (PMDB) no sentido que ele promovesse as mudanças necessárias no Ipesaúde.
“Para recomeçar tínhamos que buscar o refinanciamento do sistema e um novo modelo de regulação. No refinanciamento, percebemos que mais da metade dos beneficiários não contribuíam com o sistema. Tinha caso de um servidor ter 12 dependentes e nenhum deles contribuir com um centavo para o Ipesaúde. Com a aprovação da cobrança dos dependentes pela Alese, permitimos a sobrevivência e a liquidez do sistema”, completou Christian Oliveira.
O diretor-presidente explicou que logo perceberam que o Ipesaúde não tinha um cadastro efetivo de seus beneficiários. “Descobrimos que 35 mil carteiras estavam cadastradas equivocadamente no Ipesaúde! Reformamos todo o serviço de pronto-atendimento e centralizamos no Hospital da Polícia Militar, garantindo a ampliação da oferta, aumentando a eficiência e garantiu uma redução dos custos, e os procedimentos de baixa complexidade a gente resolve na unidade”.
“Os casos de média complexidade nós enviamos para os hospitais de médio porte e os mais complexos enviamos para os hospitais mais caros. Conseguimos uma economia de R$ 300 mil no sinistro da urgência, recursos que foram investidos na melhoria do sistema e ampliação da rede credenciada e própria. O resultado disso: atendíamos uma média de 3,5 mil/mês. Hoje chegamos a 6.398 mil atendimentos/mês, superando qualquer pronto socorro privado e equiparado a Ala Azul do Hospital de Urgência de Sergipe”, completou, anunciando uma ampliação na estrutura para até 8 mil atendimentos, já orçada e planejada para 2018.
Da Agência de Notícias Alese
Foto: Jadílson Simões