Por Aldaci de Souza/Agência de Notícias Alese
Uma noite de homenagens, recordações, música e poesia. Assim foram as comemorações aos oito anos de fundação da Academia de Letras de Aracaju (ALA) com a entrega do Prêmio de Reconhecimento Cultural Acadêmica Ilma Mendes Fontes. Entre os homenageados na Sessão Solene realizada na última quinta-feira (21), no auditório da Biblioteca Epifânio Dória: a TV Alese -representada pelo editor-executivo da Diretoria de Comunicação, jornalista Eduardo Almeida – e a jornalista Aline Braga (também da emissora), na categoria Jornalismo Cultural.
Em 2020 Academia de Letras de Aracaju (ALA) acolheu e aprovou a indicação da TV ALESE para receber o Prêmio Cultural Acadêmica Ilma Fontes em reconhecimento ao seu trabalho na área da Jornalismo Cultural.
Segundo o jornalista Eduardo Almeida, a ligação da Academia de Letras com a TV Alese se dá na promoção da Cultura sergipana. “Esse prêmio é um reconhecimento ao trabalho civilizatório. Estado civilizado é o que valoriza seus talentos, sua arte; sua Cultura, como fazem a TV Alese e a Academia de Letras de Aracaju. A premiação vem para reforçar a nossa responsabilidade”, ressalta.
A jornalista Aline Braga ressaltou o Jornalismo Cultural.
“É importante que ele exista e não somente nessa dimensão que a gente acha da arte, pois a Cultura, ela é muito mais do que somente a arte. É muito honroso receber o prêmio que leva o nome de Ilma porque lá na adolescência (com menos de 20 anos) , quando eu fiz meu primeiro jornal, pagando com a minha mesada, uma das pessoas que a gente buscou foi Ilma. Depois eu fui também a repórter a cobrir o velório e o enterro dela. Ilma marca uma trajetória no jornalismo e especificamente pra mim, na minha vida, então estou muito feliz pelo prêmio e continuar contribuindo com o Jornalismo, principalmente o cultural”, comemora.
Para a coordenadora-geral da TV Alese, jornalista Clécia Carla Silva, muitas pessoas acham que a emissora só tem a responsabilidade de transmitir o que o parlamentar faz.
“Mas a gente tem a obrigação de ressaltar a importância da nossa Cultura e quando a TV Alese recebe esse prêmio com o nome de uma representante tão importante para o estado de Sergipe; que fez uma história tão linda e fatos extremamente relevantes para a Assembleia Legislativa de Sergipe, principalmente durante muito tempo sendo curadora do Espaço Cultural, colocando os artistas à mostra da sociedade e dos parlamentares, a TV Alese contribui mostrando para a população que temos muita Cultura e muita gente boa”, afirma.
“Ilma Fontes plantou várias sementes e espalhou muito conhecimento pelo estado; então a tv da Assembleia Legislativa de Sergipe se sente muito honrada em contribuir cada vez mais, dentro da sua grade, para que os sergipanos e sergipanas conheçam cada vez mais a sua Cultura, a sua Arte e a sua Literatura”, entende Clécia Carla.
Missão
O presidente da Academia de Letras de Aracaju, Francisco Diemerson, afirmou que, realizar oito anos é cumprir uma missão e ver que a academia deu certo.
“Nós temos um projeto para a realização de um evento cultural em Aracaju e temos oito anos de trabalhos realizados e firmes. Para comemorar essa data especial, o Prêmio Ilma Fontes, criado em 2020. A ideia é dela e hoje celebra a Cultura, a Comunicação, as artes e vários contextos da Academia. A TV Alese é uma jovem televisão em Sergipe que tem um trabalho marcante no nosso estado e a jornalista Aline Braga tem um trabalho especial também; então é uma forma de a Academia celebrar”, enfatiza.
“Ilma Fontes era direta, límpida, luminosa, franca estrela nossa”, afirmou a escritora Taylane Cruz que ocupa a cadeira na ALA, antes ocupada por de Ilma Fontes.
Visivelmente emocionada, a irmã da jornalista que dá nome ao prêmio, a senhora Ilza Fontes, disse após ser homenageada, estar muito feliz. “Eu só tenho a agradecer a todos que lembraram da minha irmã nessa noite maravilhosa e agradecer pelo prêmio”, ressalta.
Ilma Fontes
Ilma Fontes era psiquiatra e Médica Legista. Trocou a Medicina, quando atuava no Rio de Janeiro, pelo Jornalismo, Cinema e Ativismo Cultural. Publicou os livros: “Melhor de Três- Roteiros para Cinema e a Fúria da Raça. Escreveu, produziu e dirigiu junto com Uoya Wurch, os filmes: Arcanos (O Jogo) e o Beijo.
Foi produtora, roteirista e diretora do curta A Taieira, do seriado de TV A Última Semana de Lampião; dirigiu o Departamento de Produção da TV Educativa de Sergipe, onde fez inúmeros documentários e direção de cinco programas semanais: TeleSaudade, Primeira Chamada, Som-Vídeo, Aperipê Especial e Forró no Asfalto, além de produzir e dirigir todos os vts institucionais da TV Aperipê e recebeu o Prêmio Anchieta de Teatro no Festival Nacional de São Mateus, no Espírito Santo.
Foi diretora da Clínica Adauto Botelho, presidente do Conselho Municipal de Cultura, presidente da Funcaju, vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, Membro do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher; membro do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, membro da Sociedade de Cultura, do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Sergipe; fundadora da Associação Sergipana de Psiquiatria e fundadora dos jornais Folha da Praia, com Amaral Cavalcante, Vídeo Artes News, Jornal da Cultura, com Lânia Duarte.
Trabalhou na Gazeta de Sergipe com Anselmo Góes, no Diário de Aracaju e outros jornais.
Dirigiu o Complexo Cultural Lourival Batista, tendo coordenado os Prêmios Santo Souza, de Poesia e Núbia Marques, de Contos e dirigiu a Galeria Horácio Hora. Possui várias outras publicações e entre as várias contribuições para o jornalismo e cultura sergipana, foi curadora por vários anos, do Espaço Cultural da Assembleia Legislativa de Sergipe e morreu aos 73 anos, em 2021, vítima de câncer.
O dispositivo foi composto pelo acadêmico Francisco Diemerson, presidente da ALA, a acadêmica Antônia Amorosa, presidente da Fundação Aperipê de Cultura e Arte, representando o governador Fábio Mitidieri, o acadêmico Franklin Rolin, vice-presidente da ALA, a acadêmica Taylane Cruz, secretária-geral da ALA, o conselheiro José Rivadálvio Lima, representando o Conselho Estadual de Cultura e a professora Juciene Maria de Jesus, diretora da Biblioteca Pública Epifânio Dória.
Fotos: Jadilson Simões/Alese