logo

Espaço do Servidor

Acesso Rápido

Portal do Servidor

Notícias

Taquígrafas: nove mulheres exercem a função na Alese

Por Aldaci de Souza – Agência de Notícias Alese

A prática de anotar palavras com rapidez usando símbolos que representem fonemas e vogais é bem antiga, e mesmo a tecnologia tendo eliminado várias profissões, a Taquigrafia continua resistindo. Na Assembleia Legislativa de Sergipe, o serviço realizado por nove mulheres é indispensável. Elas têm a função de documentar  por meio de anotações, tudo o que se é falado nas Sessões Plenárias, Sessões Especiais e Audiências Públicas. A escrita das falas precisa ter a maior agilidade possível, por isso é feita por taquigramas (sinais especiais simplificados). Após a prática, o texto passa por uma revisão, transformam-se em Atas são arquivadas nos Anais do Poder Legislativo.  A Coordenadoria de Registro e Taquigrafia é subordinada à Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Alese.

A taquigrafista Janaína Rocha começou a aprender a técnica com a sua mãe, que também exercia  a mesma função da filha.

O público que comparece ao Plenário da Alese para acompanhar as sessões, se mostra curioso sobre o trabalho das servidoras – há mais de 4 décadas o serviço é realizado unicamente por mulheres.  Ao observar os bloquinhos que as taquigrafas escrevem das transcrição dos discursos, um leigo vê um emaranhado de símbolos. Só um profissional da área é capaz de entender a mensagem, em média, as profissionais registram  100 “palavras” por minuto. Realmente a técnica não se trata de uma atividade simples. Além do pulso ágil, as profissionais precisam ter uma audição perfeita e contar com muita concentração, além de  cursos e especializações.

De mãe pra filha

Algumas taquígrafas da Alese contaram ainda com a herança familiar como influência para seguir a profissão. É o caso de Janaina Rocha Viana de Lima, que trabalha há 20 anos na Alese. Ela chegou pra trabalhar aos 18 anos carregando uma bagagem que aprendeu em casa. “Minha mãe, Maria Mercedes foi uma das primeiras taquígrafas aqui da Assembleia Legislativa de Sergipe e eu aprendi com ela a técnica de registrar tudo o que acontece na Casa através dos taquigramas; a gente transcreve e encaminha para o pessoal que faz a revisão dos textos; formula em um livro para elaborar os anais da Assembleia”, explica.

Tecnologia 

Karine, Isabel e a coordenadora do setor, Suely Lobão

Sobre a ameaça à profissão por meio dos avanços da tecnologia, Janaína Rocha foi enfática: “Toda tecnologia é falha; às vezes falta energia, às vezes o parlamentar fala fora do microfone e o computador não consegue registrar, enquanto os profissionais da Taquigrafia registram todos os pronunciamentos e os debates”, declarou.

A servidora Karine Carvalho trabalha como taquígrafa da Alese desde 2004 e disse ser muito grata pelo serviço que realiza. “Sou muito grata pela minha profissão, existente em vários poderes e embora com toda a tecnologia existente, a gente está aqui mostrando que a Taquigrafia é essencial  para dar suporte”, ressalta.

Há 41 anos trabalhando no setor de Taquigrafia da Assembleia Legislativa de Sergipe, Suely Lobão exerce atualmente a função de coordenadora e não se vê em outra profissão. “Nossa profissão é de extrema importância. A gente escreve através dos sinais, todos os discursos e falas dos deputados e também dos convidados que chegam na Casa na registrar nos anais. É um serviço que já faço há quase 42 anos (completo em agosto) e gosto muito do que faço aqui na Alese”, afirma informado que algumas expressões poderão ser retiradas a exemplo de xingamentos.

Isabel Lobo completou 28 anos trabalhando como taquígrafa na Assembleia Legislativa de Sergipe. Ela entende que a tecnologia veio somente para ajudar na agilidade, mas não substitui a profissão. 

Pra usar os taquigramas é necessário fazer cursos específicos

“Muita gente acha que, com o avanço da informática a nossa profissão já era para estar extinta, mas o taquígrafo é muito importante porque é um (uma) profissional que precisa estar presencial; então a tecnologia veio para auxiliar, por exemplo, em caso de revisão de áudio. Depois do apanhamento das notas taquigráficas a gente transcreve como eu sempre digo, para a linguagem dos mortais que é o Português. Isso porque só quem participou do curso consegue transcrever”, observa.

Na bancada ficam duas profissionais e à cada cinco minutos cronometrados, há a troca, principalmente com a finalidade de prevenir que sejam acometidas de Lesões por Esforço Repetitivo (LER), por causa da velocidade com que escrevem os pronunciamentos, 

Arte milenar

Classificada como arte milenar, estudos dão conta de que os sistemas taquigráficos iniciaram na Grécia Antiga, por meio de uma placa de mármore com inscrições de meados do Século IV a.C, cujo sistema da escrita era baseado principalmente em vogais e modificações para usar consoantes.

Na Alese, a Tagrigrafia é feita por nove mulheres

No Brasil, a técnica da taquigrafia parlamentar é datada do dia 3 de maio de 1823, por iniciativa de José Bonifácio de Andrade e Silva, quando iniciaram os trabalhos da primeira Assembleia Constituinte. Para se ter uma ideia, são cerca de 60 maneiras de se escrever por meio de símbolos. No Brasil os métodos mais usados para conseguir ter pulso ágil, são o Taylor, o Oscar Leite Alves, o Duprat e o Martí.

 

 

 

 

 

Fotos: Jadilson Simões

 

 

 

 

Outras notícias para você

Últimas Notícias

Acompanhe ao vivo

WHATSAPP

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular

Pular para o conteúdo