Servidores públicos estaduais lotaram as galerias da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na manhã desta quarta-feira, 09, no sentido de pedir apoio aos deputados quanto ao atraso nos salários e a falta de reajuste salarial.
Trabalhadores da Saúde e do Fisco, enfermeiros, técnicos rurais, condutores de ambulância e Administração Geral chamaram a atenção dos parlamentares sobre o parcelamento dos salários.
“Os servidores estão há muitos dias sem qualquer tipo de informações oficiais sobre salários e datas de pagamento, o que vem causando uma angústia geral no funcionalismo público que amarga uma defasagem salarial há anos”, destacou o presidente do sindicato da categoria (Sintrase), Diego Araujo.
Parlamentares que formam a bancada da oposição na Alese saíram em defesa das categorias. Para o deputado Georgeo Passos (PTC), não deve ser fácil chegar no final do mês e não ter ideia de quando vai sair o salário.
“Não gostaríamos de estar passando por esse momento, pois não há nem previsão para o pagamento dos aposentados e pensionistas. Um momento bastante trágico para a economia do nosso Estado. Não adianta olhar o retrovisor, buscar um culpado, e não fazer nada para sair desse buraco. O Governo sequer tenta um diálogo com esses servidores que estão a 54 meses sem a recomposição da inflação. A grande maioria está passando dificuldades”, lamenta.
“Quero falar aos servidores plagiando a música de Flávio José ‘que barriga seca não dá sono’ e que as reivindicações de vocês são justas, muito justa, justíssimas. E vocês estão aqui nessa Casa para que nós como representantes do povo possamos ajudar a resolver os problemas que o Estado tem causado aos servidores. O meu compromisso é com o trabalhador e podem contar com o meu apoio e a minha luta”, destacou o deputado Moritos Matos (PROS).
Tensão
Ainda no início da sessão, uma servidora começou a gritar, cobrando uma posição dos deputados estaduais e o presidente da Casa, deputado Luciano Bispo (PMDB) solicitou o cumprimento do Regimento Interno.
“Vocês podem acompanhar a sessão, mas o Regimento da Casa não permite que atrapalhem os pronunciamentos dos parlamentares. Vários deputados estão inscritos para defender os servidores, mas é preciso saber ouvir”, enfatizou.
A mulher continuou se manifestando e foi preciso a deputada Ana Lúcia Vieira (PT) e assessores de imprensa dos sindicatos, intervirem e convencerem a servidora a deixar o plenário. “A situação é desesperadora. Os servidores públicos estão no limite”, lamentou Ana Lúcia.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: Jadilson Simões