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“Reconhecimento facial é falho e racista”, denuncia deputada Linda Brasil

A deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou suas redes sociais para condenar mais um ato falho do sistema de reconhecimento facial usado pelas forças de segurança de Sergipe. O repúdio da parlamentar trata-se da abordagem constrangedora sofrida pelo profissional de Educação Física, João Antônio, de 27 anos, durante uma partida de futebol, no estádio estadual Lourival Baptista (Batistão), no último sábado, 13. O rapaz foi levado pela Polícia Militar de Sergipe, após ser supostamente “reconhecido” como um foragido da justiça.

Constantemente Linda tem denunciado o uso desse tipo de tecnologia, pois, segundo ela, é uma tecnologia racista que prejudica principalmente a juventude negra e periférica. “Mais um caso de racismo algorítmico envolvendo o Governo de Sergipe. Toda solidariedade a João Antônio, torcedor do Confiança, que relata ter sido constrangido numa abordagem da PM/SE, após mais uma “falha” no reconhecimento facial, que já havia acontecido com uma mulher negra. É evidente o quanto a segurança pública precisa investir em inteligência, mas trago mais uma vez a discussão do racismo que envolve a programação e controle dessa tecnologia de reconhecimento facial, que foi criada através de um algoritmo carregado de racismo estrutural, que acaba dando margens para que “falhas” como essa aconteçam sobretudo contra a população negra da periferia”, escreveu a deputada.

O personal trainer estava assistindo à partida de futebol, acompanhando o seu irmão de 16 anos, que ficou apavorado diante da situação. O reconhecimento facial foi feito por meio de câmeras que monitoram os eventos em tempo real para identificarem a presença de foragidos da justiça. “Até quando o Governo de Sergipe seguirá fazendo vítimas por não discutir ou reavaliar essa questão de forma efetiva? Já solicitamos informações sobre o uso dessas câmeras em eventos públicos do estado. Seguimos à disposição da vítima e cobrando justiça por mais esse caso absurdo!”, reforçou.

Tecnologia falha

De acordo com pesquisa da Rede de Observatório da Segurança, realizada em 2019, mais de 90% das pessoas presas por meio de reconhecimento facial, no Brasil, são negras. A tecnologia é utilizada sem critérios pelas polícias que funciona com um sistema de algoritmos e softwares que mapeiam padrões nos rostos das pessoas. Na manifestação, Linda lembrou do caso envolvendo uma mulher negra no Pré-Caju, no final do ano passado. De acordo com a deputada, a utilização desse recurso tecnológico é um dispositivo de aprofundamento da exclusão social. 

“Quem não lembra do caso de Thais Santos, mulher negra que denunciou ter sido levada em um camburão e chegou a se urinar, tudo pela “falha” do sistema de reconhecimento facial da SSP/SE, que aparentemente só criminaliza a população negra da periferia. Se trata de uma tecnologia que não deve ser utilizada, pois o percentual de taxas de erros de identificação é maior em pessoas negras e essas falhas, no contexto da segurança pública, agravam ainda mais o histórico de violência policial em nosso estado, que tem como alvo principal a juventude negra e periférica e, em se tratando dessa tecnologia, as mulheres negras”, denuncia a parlamentar.
 
Foto: Ascom Linda Brasil

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