A deputada estadual Linda Brasil (Psol) fez uso da Tribuna, nesta terça-feira, 13, durante o Pequeno Expediente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), para denunciar o crescimento do número de cargos em comissão na Prefeitura de Aracaju. A parlamentar aponta contradição entre esse fato e o discurso da gestora municipal quando atuava como vereadora. A deputada cobrou valorização dos servidores públicos, com o reajuste salarial.
De acordo com o levantamento realizado pelo Sindicato dos Profissionais de Ensino do Município de Aracaju – Sindipema –, em apenas quatro meses, a atual gestão da Prefeitura de Aracaju gastou quase R$ 46 milhões com cargos em comissão. A evolução dos gastos com os cargos teve crescimento de 20,33%, passando de 2.398 para 2.894.
“Enquanto isso, os servidores e servidoras públicas seguem sem reajuste salarial. Eu sempre venho denunciando essa tradição do Governo do Estado, perpetuada também pela Prefeitura de Aracaju, que revela o contraste entre a valorização de cargos em comissão e, infelizmente, o descumprimento das leis de valorização dos servidores de carreira”, declarou a deputada Linda Brasil.
Além disso, a parlamentar avalia essa prática como um avanço no processo de privatização e terceirização dos serviços públicos. “Vemos com preocupação essa disparada dos cargos comissionados na gestão atual. Queremos saber: qual a real prioridade dessa gestão, valorizar servidor público ou encher a prefeitura de CCs para cumprir seus acordos políticos?”, indagou.
Caos na coleta de lixo
A partir de denúncias encaminhadas pela população, a deputada Linda Brasil também cobrou, na tribuna, regularidade e qualidade dos serviços de coleta de lixo na capital. De acordo com a parlamentar, os prejuízos ocasionados pela falha na prestação desse serviço essencial afetam, principalmente, os bairros periféricos.
As sucessivas crises enfrentadas pelo setor ao longo do ano são lembradas pela parlamentar. “O descaso parece ser regra, em sucessivos casos escandalosos, como a paralisação de funcionários, ocorrida no dia 15 de abril, por falta de garantia de direitos trabalhistas, assim como as multas de 1,5 milhão aplicadas pela Adema à Renova, empresa prestadora dos serviços na capital, por falta de licença ambiental para coleta de lixo doméstico e resíduos de construção”, apontou.
Foto: Ascom