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Professores e estudantes sergipanos lotam o plenário da Alese contra a Reforma do Ensino Médio

Uma das audiências públicas mais concorridas dos últimos meses, lotou o plenário e as galerias da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na manhã desta sexta-feira, 3, quando da discussão em torno da Reforma do Ensino Médio, proposto pelo Governo Federal. A propositura foi da deputada Ana Lúcia Vieira (PT) e o palestrante foi o educador e cientista Gaudêncio Frigotto. “A contra-reforma do Ensino Médio é filosoficamente inaceitável, cientificamente inaceitável, tecnicamente e humanamente inaceitável”, disse.

Gudêncio Frigotto

Gaudêncio Frigotto: “A escola é laica”

“Sou o sétimo filho de uma família de agricultores do Rio Grande do Sul. Tenho uma irmã que ajudei a trazê-la para uma universidade. Lá eu tinha tudo gratuito, três, quatro campos de futebol, piscina, quadra de vôlei, música clássica. Essa foi uma escola básica. Se for na Escola Santo Inácio no Rio de Janeiro, forma desembargadores, juízes, nos formam. Ensino Médio no Brasil sempre foi disputado, porque é a possibilidade da passagem para o que eu defino como dupla cidadania”, ressalta o palestrante.

 

Gaudêncio Frigotto acrescentou que teoricamente a Constituição diz que qualquer cidadão deve ter os mesmos direitos.

“A escola é laica. Como vou interpretar o que sempre nos disseram nos livros de História que o Brasil foi descoberto em 1.500, mas a 50 milhões de anos já existiam pessoas por aqui. Também nos disseram que somos um país europeu, mas de 1.500 a 1850, à cada branco que vinha no Brasil, vinham 5 negros, então somos um país africano. O Ensino Médio é um zig-zag, é onde forma o que o Brasil vai ser amanhã e toda vez que tiver uma mudança institucional, um golpe, uma interrupção da ordem democrática, a primeira coisa é mudar a educação. Todos os golpes são em nome da economia, a primeira medida foi a PEC 55 congelando por 20 anos o futuro no investimento daquilo que é direito universal. A gente tem que buscar a história. Até os idos 20, a gente era um país exótico, não pensava até a Semana da Arte Moderna”, completa.

Ana Lúcia: "A quem interessa? A favor de quem? Para quem e Por que essa reforma?"

Ana Lúcia: “A quem interessa? A favor de quem? Para quem e Por que essa reforma?”

Na oportunidade, a deputada Ana Lúcia destacou que a Casa Legislativa representa toda a sociedade e nesse sentido precisa promover bons debates para que a população fique bem informada e entenda as consequências de medidas como essa reforma de ensino.

“A quem interessa? A favor de quem? Para quem e Por que? Vejo que trazer um cien tista, um filosofo, um grande educador que há 37 anos dedica a sua vida na pesquisa sobre o Ensino Médio não só no Brasil, mas no Continente Latino Americano. Trazê-lo para esta Casa para uma audiência Pública para que coloque a sua análise e depois escute estudantes, professores e pais, é de extrema importância para gente, para a democracia brasileira e aqui para o nosso Estado”, entende.

CUT Nacional

A Diretora da Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), E e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (SINTESE), Ângela Maria de Melo enfatizou que a essência da Educação é formar para a vida.

“Essa Reforma do Ensino Médio é nanica. Segrega o conhecimento dividindo em Humanas e Exatas. Ora, o conhecimento é amplo, é total, eu não posso dividir conhecimento. Por isso que é uma educação pobre para pobre e isso é crime. É uma ilusão que está colocando na cabeça da juventude pobre e eu sugiro que se pergunte aos empresários se ele colocaria seus filhos numa escola que segregue o conhecimento”, entende.

Professor Roberto Silva

Professor Roberto Silva

O vice-presidente do Sintese, Roberto Silva lembrou que a Reforma vem no sentido de minimizar o Ensino Médio. “Será um trator, uma forma de minimizar o acesso de estudantes da escola pública ao Ensino Médio, como medida do congelamento dos investimentos de políticas públicas em Educação. Precisamos saber de que forma o estudante da Escola Pública vai ter maiores dificuldades ao ensino superior, mediante a não obrigatoriedade da oferta de todos os componentes curriculares existentes no Ensino Médio pelo Poder Público”, diz.

Mesa

Participaram da Mesa, a autora da propositura, a deputada Ana Lúcia Vieira (PT), a deputada Maria Mendonça (PP), integrante da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Sergipe, o professor da Universidade Federal de Sergipe, José Paulino e o professor e vereador Iran Barbosa (PT), representando a Câmara Municipal de Aracaju.

A Audiência Pública contou com a participação de professores, estudantes de escolas localizadas em Aracaju, Itabaiana, Porto da Folha, Poço Redondo, entre outras; representantes do Sintese, da CUT e outras entidades.

Por Agência de Notícias Alese

Fotos: Jadilson Simões

 

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