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Produtores cobram ações para salvar a citricultura

Por Aldaci de Souza – Rede Alese

“Os pequenos agricultores no ramo da citricultura em Sergipe, que possuem de três a 30 tarefas, faliram pela cêpa”. A informação foi dada na manhã desta segunda-feira, 23 no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, pelo presidente da Associação de Mudas Frutíferas do estado de Sergipe, Danilo Ribeiro dos Santos, conhecido na região como Denilson do Treze, ao participar da audiência pública para discutir a Revitalização da Citricultura em Sergipe. A propositura é de autoria do deputado Zezinho Sobral (PODE).

Denislon da Treze: “Grandes agricultores vendem em dólar”

De acordo com Denilson do Treze, atualmente só existem 10% do setor funcionando e gerando emprego. “Existe uma relação dos municípios que ainda estão conseguindo sobreviver a exemplo de Cristinápolis, Itabaianinha e Umbaúba, mas as piores situações são encontradas na Colônia Treze, em Lagarto e o município de Salgado”, explica.

Ele enfatizou ser preciso melhorar urgentemente a situação dos pequenos agricultores na citricultura de Sergipe. “Para se ter uma ideia, antes eram vendidas um milhão de mudas certificadas e qualificação, por ano e hoje só se consegue vender 200 mil. Será que caiu, na mão do pequeno? Eram 46 produtores de mudas; pequenos agricultores, hoje o número reduziu drasticamente porque a produção saiu da mão do pequeno para as mãos do grande, que faz tudo mecanizado e ai sumiu o emprego. Precisamos colocar o pequeno pra produzir porque todo mundo ganha”, entende.

Medidas

Audiência reuniu parlamentares, produtores e gestores

Para Denilson da Treze, a solução para a revitalização da citricultura passa pelo empenho dos gestores. “Temos o exemplo da Prefeitura de Itabaianinha que ao ver a situação dos pequenos agricultores piorando à cada dia, começou a introduzir cerca de 50 mil mudas de qualidade e acompanhar os pequenos produtores, principalmente no que se refere ao combate à mosca negra, porque o grande está cuidando e o pequeno está abandonado”, acredita.

Outra medida além da falta de investimento, segundo o presidente da associação é o acompanhamento técnico. “Isso é necessário pois  90% dos técnicos agrícolas no estado estão aposentados e tem que renovar. Infelizmente os pequenos agricultores chegaram a produzir 60 milhões de caixas e hoje não estamos produzindo nem 12 milhões. Será que teve prejuízos para o estado? Em empregos, arrecadação de impostos, contratação de trabalhadores. Os prejuízos estão sendo dobrados porque o pequeno agricultor quando planta a laranja, já planta o aipim, o inhame e o mamão do lado. Tudo na mão de obra e o grande agricultor faz tudo mecanizado, então só vem prejuízos  para estado porque o estado não produz essas máquinas”, lamenta.

Denilson da Treze fez um apelo: “Sergipe precisa ouvir o pequeno agricultor porque é quem dá sustentação ao Ceasa, às feiras, às cestas básicas, porque o grande só vende em dólar e o pequeno vende em real. Na hora que acaba de vender a laranja, o pequeno deixa de ir à casa do prefeito pedir remédio, deixa de ir para o SUS pegar uma ficha porque tem dinheiro para pagar um médico”.

Fotos: Jadilson Simões

 

 

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