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Pobreza menstrual é debatida em palestras do Outubro Rosa na Elese

Por Aldaci de Souza – Agência de Notícias Alese

Aprovado na Assembleia Legislativa de Sergipe, por meio da Lei nº 8.888/2021, o Dia da Dignidade Menstrual é celebrado em 28 de maio com a finalidade de combater o preconceito e a precariedade menstrual. A data inserida no Calendário Oficial  de Eventos do Estado estabelece o desenvolvimento de ações que levem informações à população sobre a menstruação e  principalmente no sentido de diminuir a chamada pobreza menstrual enfrentada por mulheres em situação de vulnerabilidade econômica.

A pobreza menstrual é o termo usado quanto à falta de acesso a produtos para manter uma boa higiene no período da menstruação; está relacionada à pobreza e a infraestrutura do ambiente, especialmente de saneamento. Um relatório publicado em maio de 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostra que a falta de acesso aos serviços de saneamento e recursos para a aquisição de produtos de higiene pessoal afetam meninas entre 12 e 17 anos.

Ciclo Fraterno

Ana Filipin é voluntária da Associação Ciclo Fraterno

Ao participar na última terça-feira, 18 (no auditório da Escola do Legislativo), da programação sobre a prevenção do câncer de mama, desenvolvida pela Procuradoria Especial da Mulher  e pela Frente Parlamentar em Defesa das Mulheres da Assembleia Legislativa de Sergipe, a voluntária da Associação Ciclo Fraterno, Ana Filipin informou que a pobreza menstrual é um problema ainda pouco discutido no Brasil.

“O maior impacto é nos estudos quando as meninas deixam de ir à escola porque não se sentem seguras por estar menstruadas e não ter como conter o fluxo, sabendo que muitas vezes a escola não dá esse suporte. Elas deixam de ir à escola e isso acaba criando uma desigualdade com o gênero masculino”, lamenta acrescentando que o Ciclo Brasil está fazendo um levantamento sobre dados de Sergipe, mas em nível de Brasil, o índice de abandono do estudos por conta dessa questão, é muito alto.

A Associação foi fundada em 17 de dezembro de 2021 com a finalidade de combater a pobreza menstrual em Sergipe, por meio do levantamento de dados e da doação de absorventes e outros produtos utilizados durante o ciclo menstrual (informações pelo número 79 9 9172-9804) , atuando na sensibilização do tema com enfoque ecológico e interseccional. quanto à utilização de produtos seguros à saúde das pessoas “menstruantes” e ao meio ambiente, o Ciclo Fraterno também realiza debates  sobre questões de gênero, educação sexual e respeito à diversidade.

Distribuição

Lenice Ramos (Foto/Arquivo: Joel Luiz)

Em Aracaju, a estudante do Ensino Médio do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, Lenice Ramos de Oliveira criou o projeto de lei “Programa Absorvente é Direito”, que foi apresentado e pré-selecionado na etapa estadual do Parlamento Jovem Brasileiro, na Câmara dos Deputados. O PL que contou com apoio do professor Yuri Noberto, obteve o  2º lugar na etapa nacional do programa.

O projeto foi modificado e direcionado para o estado objetivando atender às estudantes de escolas públicas. No documento, a aluna do Atheneu Sergipense sugere ao Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), a garantia da distribuição de absorvente menstrual para as meninas e mulheres matriculadas em toda a rede pública estadual de ensino.

A Procuradoria Especial da Mulher da Alese, também recebe doações e repassa para a Associação Ciclo Fraterno, a Associação Resiliência Sergipe, além de outras instituições que desenvolvem trabalhos voltados para dar dignidade às mulheres. 

Fotos: Jadilson Simões

 

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