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Pesquisadora destaca Atlas Linguístico de Sergipe

Por Aldaci de Souza 

O recorte criando uma ponte entre o presente e o passado relembrando a memória na fala que se herda, foi destacado na manhã desta segunda-feira, 19, durante palestra on-line da pesquisadora de São Paulo, a Drª Marilza de Oliveira. Realizado pela Assembleia Legislativa de Sergipe, o evento apresentado pela servidora da Alese e Mestre em Direito, Araci Nascimento, contou com a participação do professor-doutor sergipano Luiz Eduardo Oliveira. Os participantes tiveram acesso a informações importantes do Atlas Linguístico de Sergipe.

Palestrante diz que Sergipe sai na frente com Atlas Linguístico

O tema central do webinar foi “A Língua Portuguesa Falada em Sergipe” e na oportunidade, a pesquisadora traçou um panorama da historiografia linguística inserindo Sergipe no contexto geral, passando pela proposta de divisão dos dialetos no Brasil. Ela enfatizou o Atlas Linguístico de Sergipe coordenado pelo professor Nelson Rossi, constituído de 182 cartas e publicado em 1987.

A Drª Marilza de Oliveira também citou o Atlas Linguístico do Brasil, constituído de dois falares: o Nortista e o Sulista, sendo que o estado de Sergipe acompanhou o falar do estado da Bahia. “A fala sergipana se insere no subfalar baiano e Sergipe sai na frente com a edição do Atlas Linguístico”, diz lembrando a importância do acompanhamento quanto às modificações que vão ocorrendo com o movimento populacional e o crescimento da economia.

Variantes linguísticas

Palestrante deu exemplos de variantes de palavras

Sobre as variantes destacadas no Atlas Linguístico de Sergipe, a pesquisadora citou como exemplos algumas palavras frequentemente faladas no estado, a exemplo de vômito.

“A palavra tem como variante Alojo, pronunciada em Minas Gerais; na zona rural de Goiás fala Gumito e em algumas regiões de Sergipe como Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória, Ribeirópolis até chegar a Estância e Santa Luzia. Também está presente na Ilha da Madeira. É possível que essa variante tenha entrado pelo rio São Francisco, mas também pode ter entrado pela Bahia, através dos portugueses”, explica.

A carta 89 do Atlas Linguístico de Sergipe destaca a palavra Lobisomem, com as variantes bicho e maçone-maçom. “Bicho aparece na Ilha da Madeira; maçom aparece em quase todo o território sergipano e ao que tudo indica, é associada a restrição a homens na maçonaria. Há todo um dinamismo linguístico acompanhando a marcha do processo de colonização”, diz.

Falar sergipano se confunde com o falar da Bahia

Outros exemplos citados foram as palavras usadas para denominar brinquedos e brincadeiras infantis como manja (pique, local combinado); peteca (estilingue); cabra-cega e se esconder (esconde-esconde). Os sergipanos falam bala e não bombom. Quanto às frutas, um exemplo citado foi a mexerica conhecida em Fortaleza e Terezina, falada como tangerina em Sergipe e na Bahia e a mandioca, conhecida como aipim em algumas regiões e como macaxeira entre os sergipanos.

“Fazer a fala de Sergipe ecoar e acompanhar o ritmo das vozes é um passo importante para a sergipanidade, que faz parte dos festejos da comemoração pelo bicentenário da Emancipação Política de Sergipe”, acrescenta.

Termo agresteiro falado em Sergipe

O Dr Luiz Eduardo Oliveira destacou a importância da palestra e do Bicentenário da Emancipação Política de Sergipe. “Eu sou sergipano, nascido em Aracaju e é de suma importância a comemorações de eventos sobre os 200 anos de emancipação de Sergipe Del Rey. O português falado em Sergipe envolve muito a política pombalina, pioneira na Europa, com introdução da língua portuguesa no Brasil. É preciso notar também o falar do Nordeste pela TV através das novelas e pela representação mesmo; da generalização do nordestino”, afirma.

Apresentação

Ao final da palestra, a apresentadora agradeceu aos participantes.

Araci Nascimento destacou a iniciativa da Assembleia Legislativa de Sergipe (Foto: Jadilson Simões)

“A Assembleia Legislativa de Sergipe agradece a participação da Dra Marilza Oliveira, que trouxe elementos que vão ajudar muito no presente e no futuro das nossas pesquisas; o professor Luiz Eduardo também com a questão política pombalina. Foi uma iniciativa grandiosa na formação da História de Sergipe e com esse evento a Assembleia ajudou a traçar um caminho para o resgate de construção da nossa história, dando importância à nossa linguagem na criação da nossa sergipanidade”, entende Araci Nascimento.

Atlas

O Atlas Linguístico de Sergipe foi coordenado pelo professor Nelson Rossi. Trata-se de um mapeamento lingüístico da área dos falares baianos pela equipe de Dialectologia do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, iniciado com a elaboração do Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB – 1963), que abrangia a área do Estado da Bahia. Foi concluído em 1973 e publicado apenas em 1987.

A professora Marilza Oliveira possui doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (SP); possui mestrado em Linguística e graduação em Letras pela Universidade de São Paulo, onde atua como professora titular, atuando principalmente em temas como: linguística histórica, sintaxe, história social e morfologia lexical.

O professor Luiz Eduardo Oliveira é graduado em Letras Português-Inglês pela Universidade Federal de Sergipe, onde também se bacharelou em Direito. Fez Mestrado em Teoria e História Literária na Universidade Estadual de Campinas; Doutorado em História da Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Pós-Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade de Lisboa.

Fotos: Agência Alese

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