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Maria Mendonça destaca vida e obra de Santo Souza em sessão especial

Por Assessoria da Parlamentar

Atendendo a um pedido do colega Iran Barbosa, que por motivo de saúde não pode comparecer ao Parlamento nesta segunda-feira (25), coube à deputada Maria Mendonça (PSDB) fazer a saudação aos presentes à sessão especial em homenagem ao poeta sergipano Santo Souza. A iniciativa da homenagem, lembrou Maria, foi da ex-deputada Ana Lúcia Menezes que, em 2018, através de propositura, instituiu 2019 como “Ano Cultural Poeta Santo Souza”, marcando o centenário de seu nascimento.

“Mais que justa homenagem a um dos grandes expoentes da literatura brasileira, um sergipano, natural de Riachuelo, membro da Academia Sergipana de Letras, membro efetivo da Associação Sergipana de Imprensa e membro correspondente da Academia Paulista de Letras, cuja trajetória sobejou o papel reservado socialmente aos filhos pobres de nossa terra”, falou Maria.

Em seu pronunciamento, Maria ressaltou que o tributo a um poeta com a biografia de Santo Souza não poderia ser mais oportuno. “O ano de 2019 colocou em foco, de forma indeclinável, a necessidade de defesa do significado da cultura como direito fundamental em uma sociedade democrática. Como instrumento de expressão de nossas potencialidades e de nossa identidade. O Estado deve garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional e deve apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais”.

Para ela, a homenagem é uma reafirmação categórica da relevância do papel da cultura, em todas as suas linguagens. É também a confirmação de seu alcance na construção da autoestima e da alma de um povo. De sobrenome Santos, como tantos outros, salientou a parlamentar,  o poeta “manobrou habilmente o vernáculo, eliminando o “s” para tornar-se “Santo”, transcendendo os estreitos limites de sua Riachuelo natal, ainda muito mais estreitos na época em que viveu, para filiar suas letras ao universo infinito da poesia”.

Nascido na casa dos patrões de dona Hermínia, mãe solteira, arrumadeira negra e analfabeta, tornou-se imortal pelas letras. “Santo Souza era mesmo único. Autodidata, dono de um desembaraço intelectual precocemente revelado, pode estudar apenas até o terceiro ano. O menino, porém, “se fez”, mais do que alfabetizado, um raro poliglota que dominava o grego, o latim, o hebraico. Um sergipano-ateniense com a mais clássica erudição, como denunciariam seus versos”.

Em sua fala, a deputada destacou que ‘dono de talento musical e, também, afeito à aritmética, não precisou de mais do que três meses para dominar partituras e aprender clarinete. Compunha valsas para a namorada”. Com apenas seis anos de idade, Santo Souza começou a trabalhar em uma farmácia de Riachuelo, ofício que abraçaria por longos anos, e que seria sua ocupação depois da transferência para Aracaju, aos dezessete anos.

“É inevitável imaginar o poeta, atrás dos prosaicos balcões das farmácias onde ganhou o pão desde a infância manipulando fórmulas, enquanto transbordava sensibilidade artística. Estrofes brotando entre frascos, unguentos e beberagens para iluminar boticas sombrias de meados do século passado em composições como: “cravar a estrela no chão e dizer à noite: agora, afaste-se a escuridão que eu vou chegando com a aurora. Que eu vim traçar nos caminhos (invés de dor e agonia) a rota livre dos homens com as tintas claras do dia”.

“Escritor prolífico, produziria quase duas dezenas de livros. Títulos como Ode Órfica, sua obra prima; Pássaro de Pedra e Sono, censurado pelo Regime Militar; Oito Poemas Densos; Concerto e Arquitetura; Pentáculo do Medo; A Construção do Espanto, que retrata a dor do povo nordestino e do escravo negro; Deus Ensanguentado, que mereceu tradução para o espanhol; Crepúsculo de Esplendores, entre tantos outros”, afirmou a deputada.

Expressão do “Orfismo”, corrente literária caracterizada pela profundidade de natureza filosófica, pelo questionamento sobre a natureza humana e os mistérios da alma, submetida ao tempo, às divindades e aos mitos, a poética de Santo Souza ressoou nacionalmente e conquistou a admiração de nomes da envergadura de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Sérgio Milliet.

Membro da Academia Sergipana de Imprensa, ocupou a cadeira número três da Academia Sergipana de Letras e foi membro correspondente da Academia Paulista de Letras. Reconhecido em Sergipe, artista premiadíssimo, recebeu, pelo conjunto de sua obra o “Grande Prêmio de Crítica 1995”, da prestigiosa Associação Paulista de Críticos de Arte.

Santo Souza faleceu em uma sexta-feira de abril de 2014, aos 95 anos, deixando oito filhos e vinte e oito netos. Deu nome a uma escola em seu município, Riachuelo, e nos legou uma obra imorredoura, que agora reverenciamos.

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