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Maria alerta para deterioração do sistema prisional sergipano

A realidade do sistema prisional sergipano foi exposta em uma sessão especial, nesta quinta-feira (20), na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), proposta pela deputada estadual Maria Mendonça (PP). O debate contou com a participação de representantes do Judiciário, da Segurança Pública e também de entidades da sociedade civil organizada.

Debate foi promovido pela deputada Maria Mendonça

Debate foi promovido pela deputada Maria Mendonça

Com uma população de quase cinco mil detentos, os presídios sergipanos vivem um cotidiano de superlotação e infraestrutura precária. Problemas que, segundo a deputada Maria Mendonça, colocam a população e, principalmente, os trabalhadores da área em risco. “Quando a gente conversa com os agentes prisionais percebe que são seres humanos que estão com a vida exposta porque trabalham sem equipamentos de segurança e até sem uniformes, ou seja, sem o mínimo necessário”, pontuou.

A deputada lembrou que a deterioração do sistema prisional é uma situação que se arrasta há anos. Além das deficiências estruturais, ela cita a ausência de eficácia na ressocialização de apenadas e cobra soluções urgentes. “É preciso que o Estado faça mudanças radicais nesse sistema que está corroído porque, caso contrário, veremos em breve as sequelas que ele vai deixar em nossa sociedade”, alertou Maria Mendonça.

A situação foi comprovada pelo secretário da Justiça, Cristiano Barreto, que afirmou ter encontrado o sistema prisional num cenário assustador. Segundo ele, ao assumir se deparou com 350 tornozeleiras eletrônicas sem uso e mais de 40% das audiências paradas. “Um total de 5.200 presos e um acúmulo de detentos nas delegacias que dificultava o trabalho da polícia”, completou.

Cristiano informou que já conseguiu retirar os presos das delegacias, o retorno das audiências de custódia, a desinterdição de duas unidades prisionais pelo Tribunal de Justiça e também passou a separar os presos de acordo com a periculosidade, promovendo a rotatividade dos internos para evitar problemas.

Deficiências

O juiz Hélio Mesquita, da Vara de Execuções Penais, chamou atenção para o quantitativo de processos em tramitação na justiça sergipana, mais de 14 mil. O magistrado ainda criticou a ausência de regime semiaberto.

“É o regime de transição entre o regime fechado e o de liberdade vigiada que é o aberto. Hoje temos a progressão direta para o regime aberto por falta de estabelecimento. São quase quatro sem nenhuma providência estatal para a recuperação daquele presídio (de Areia Branca) ou para a construção de um presídio novo com moldes de uma colônia agrícola-industrial que vai servir ao Estado. Essa ausência termina agravando ainda mais a reincidência”, aponta Mesquita.

O coordenador do Núcleo de Flagrantes e Inquéritos da Defensoria Pública, Ermelino Cerqueira, elogiou a deputada Maria Mendonça, responsável pela iniciativa do debate. Na ótica do defensor, em Sergipe o sistema penitenciário está enxugando gelo. “É preciso rever o tratamento a ser dado ao criminoso porque após ele deixar o cárcere, sem ressocialização, sai pior do que entrou”, destacou.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindpen), Luciano Nery, cobrou a reestruturação do efetivo que, segundo ele, está defasado há 16 anos. “Temos pouco mais de 500 agentes prisionais para realizar a segurança das unidades prisionais. No Copemcan, por exemplo, existem mais de 500 detentos por pavilhão para três ou quatro agentes. Uma resolução do Conselho Nacional de Políticas Criminais e Prisionais prevê um agente para cada cinco detentos, ou seja, essa resolução não é obedecida pelo Estado”, revelou.

O comandante da Polícia Militar, coronel Marcony Cabral, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE), Henry Clay Andrade, e o promotor de Justiça, Luiz Cláudio Almeida, também participaram da audiência pública.

Por Assessoria Parlamentar

Fotos: Divulgação Ascom

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