Por Paulo Santos/ Agência de Notícias Alese
A Campanha Março Roxo tem por objetivo conscientizar e mobilizar a sociedade, quanto aos direitos da pessoa com Epilepsia. Apesar de a doença afetar homens e mulheres de formas semelhantes, existem diferenças no tratamento e atenções necessárias. A principal delas ocorre na idade fértil, tanto para planejar uma gravidez segura, quanto para evitar uma gravidez indesejada. As Mulheres com epilepsia precisam de cuidados especiais. Isso porque as alterações nos hormônios femininos ao longo da vida podem provocar as crises.
A Lei 8.405 aprovada na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) em 2018, de autoria da ex-deputada Goretti Reis (PSD), garante o “Dia Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Epilepsia”, e deve ser comemorado todos os anos, no dia 26 de março, fazendo referência ao“ Dia Roxo”, que é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, também dedicado à conscientização de pessoas sobre o combate ao preconceito sobre a doença, em todo o mundo.
Acontecem muitos descréditos sobre a pessoa que possui epilepsia. Segundo alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS) a epilepsia é caracterizada por crises recorrentes, que podem durar entre poucos segundos e alguns minutos. A doença afeta pessoas de qualquer faixa etária, por razões diversas. Pode ter ligação genética ou não. Algumas mulheres podem ter mais crises no período menstrual e/ou da ovulação devido às alterações hormonais.
Existem causas derivadas de danos cerebrais por lesões pré-natais ou perinatais; anomalias congênitas ou malformações cerebrais; traumatismos cranioencefálicos; acidentes cerebrovasculares; infecções como meningite, encefalite; neurocisticercose e tumores cerebrais”.
No que se refere ao tratamento da epilepsia, a instituição de referência mundial, a ONU, destacou em 2019, através da assessora regional da Organização Pan-Americana da Saúde para saúde mental (OPAS/ONU), Claudina Cayetano, que “ 70% das pessoas afetadas podem ser tratadas com medicamentos básicos e somente 10% dos casos requer uma abordagem especializada com dieta ou cirurgia. Já sobre a eficácia, cerca de 20% dos casos complexos não respondem.
Estima-se, porém, que, se a cobertura do tratamento com medicamentos antiepilépticos for estendida para 50% dos casos, a atual carga global da doença seria reduzida entre 13% e 40%. Além disso, 80% dos países da região das Américas e do Caribe não possuem legislação apropriada sobre a doença”.
Gravidez e Epilepsia
A mulher que possui epilepsia e deseja engravidar, precisa tomar alguns cuidados. Segundo alguns especialistas, os medicamentos precisam ser mantidos, pois se houver redução e interrupção, as crises podem retornar ou piorar, com algum risco para a mulher. A paciente também deve receber medicação mais segura, evitando riscos para o bebê. É fundamental o uso de ácido fólico meses antes da gravidez, isso vai diminuir crises para a mulher e riscos para os bebês.
Durante a gravidez, o acompanhamento neurológico deverá ser ainda mais imediato. Para que não percam efeito, algumas medicações precisam de ajustes de dose para compensar o ganho de peso, aumento no metabolismo e outras alterações que acontecem neste período.
Foto: Divulgação planserv.ba.gov.br