O deputado estadual Manuel Marcos (PSD) relatou, em discurso na Assembleia Legislativa de Sergipe, a emoção de retornar às origens no município de Santo Amaro das Brotas, sua terra natal, após participar do tradicional desfile cívico-militar de 7 de setembro, em Aracaju. O parlamentar foi convidado a desfilar pelo Colégio Esperidião Monteiro, onde iniciou seus estudos.
“Entrei naquela escola com apenas dois anos de idade, já sabendo o alfabeto porque aprendi ouvindo minha mãe ensinar meu pai a ler. Foi do robusto ensino daquela escola e da competência dos seus professores, como a professora Lalinha e a professora Cecília Andrade, que recebi a base que me permitiu chegar a ser médico e hoje deputado. É indescritível a emoção que tive ao desfilar ao lado de ex-alunos que, assim como eu, conseguiram projeção na vida”, declarou.
O deputado lembrou que a instituição completou recentemente 101 anos e ressaltou a importância do momento. “Sou o primeiro estudante daquela escola a me tornar médico, por isso desfilei trajado de jaleco. Quero enviar um abraço a todos os meus colegas e conterrâneos de Santo Amaro, terra pela qual tenho profundo amor e gratidão. Todas as vezes que volto à cidade, visito a praça Coronel Jacinto Ribeiro, a igreja onde fui batizado e passo em frente ao colégio que me alfabetizou”, afirmou.
Disputa territorial
Manuel Marcos também comentou sobre o impasse territorial entre Aracaju e São Cristóvão, que voltou ao centro do debate após decisão judicial determinando a revisão dos limites entre os municípios. “Esse conflito remonta à criação da capital sergipana e, mais recentemente, à incorporação da Zona de Expansão a Aracaju sem consulta popular. Em 2024, a Justiça determinou que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) refizesse os mapas oficiais, devolvendo cerca de 20,78 km² a São Cristóvão, o que representa 11,4% do território de Aracaju e impacta a vida de aproximadamente 30 mil moradores”, explicou.
O parlamentar destacou as dificuldades práticas que a medida pode trazer. “Imagine o cidadão que sempre se disse nascido em Aracaju e agora terá que se declarar são-cristovense. Além disso, São Cristóvão terá de absorver toda a demanda por escolas, saúde e transporte. Por isso, acredito que o caminho mais sensato seja um plebiscito, para que a população diretamente afetada decida. A consulta popular é o meio mais racional de resolver a disputa, sem prejudicar nem a histórica São Cristóvão, berço do nosso Estado, nem os moradores de Aracaju, que já contam com estrutura consolidada”, concluiu.
Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese
