Durante Sessão Plenária nesta quinta-feira (15), o deputado Manoel Marcus (PSD) compartilhou em plenário sua participação na 1ª Conferência Municipal da Promoção da Igualdade Racial, realizada na cidade de Santo Amaro das Brotas. Em sua fala, ele destacou a importância histórica da população negra na formação do Brasil e fez uma crítica contundente ao racismo ainda presente na sociedade.
Durante sua participação na conferência, Manoel Marcus trouxe uma reflexão histórica sobre as raízes do povo brasileiro e a chegada dos africanos ao país. O deputado também contextualizou a chegada dos negros ao território sergipano. “Eles aportaram em Laranjeiras, Santo Amaro das Brotas, Maruim, Rosário do Catete. Vieram cultivar a cana-de-açúcar, depois do pau-brasil. Essa é a história.”
Criticando o preconceito racial, Manoel Marcus foi direto: “No Brasil, a gente não deveria nem estar discutindo isso. Primeiro, porque eu acho uma imbecilidade qualquer tipo de preconceito, sobretudo o racial.”
Ele também fez uma fala sobre a igualdade biológica entre os seres humanos, com base em sua experiência médica. “Já atendi pacientes em acidentes e, ao abrir o crânio de um branco ou de um negro, o que eu via era a mesma massa cinzenta. O cérebro é igual. Não existe desigualdade. Tanto o branco como o negro, como o amarelo, todos têm a mesma capacidade cognitiva, a mesma inteligência.”
“Quando eu abria o tórax de um branco ou de um negro, o coração era da mesma cor. O sangue, nas análises, é vermelho em todos. Somos iguais. Por que ter preconceito? É loucura, loucura!”, reforçou.
O parlamentar explicou ainda a origem genética da cor da pele humana: “O ser humano surgiu no continente africano. E por ser mais próximo do sol, o corpo teve que produzir melanina em maior quantidade para se proteger dos raios solares. É por isso que a pele negra existe. À medida que os humanos migraram para regiões frias, a melanina foi diminuindo, a pele clareou, e por isso o branco tem mais incidência de câncer de pele.”
Manoel Marcus também reconheceu o papel essencial da população negra na construção do Brasil. “Esse país não tem esse tamanho continental graças apenas aos portugueses. Deve muito à raça negra, que trabalhou, que ajudou a abrir as fronteiras junto aos bandeirantes, com machado e martelo na mão.”
O deputado declarou: “Eu tenho muito orgulho de ser negro. Quando encontro meus colegas brancos e loiros, estão todos envelhecidos, parecendo meu avô. Viva a raça negra, que fez desse país um país gigantesco, miscigenado, e de um povo belo graças à presença dos africanos.”
Foto: Joel Luiz| Agência de Notícias Alese