O deputado estadual Luciano Pimentel, PSB, fez um duro pronunciamento na Assembleia de Sergipe nesta quarta-feira criticando os políticos que criticam e reprovam a emenda impositiva de R$ 100 milhões colocada pelo senador Antônio Carlos Valadares, PSB, com apoio da bancada de Sergipe, para investimento em projetos desenvolvidos pela Codevasf – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – em todo o Baixo São Francisco, composto por 14 municípios, mas cujo alcance contemplará a cerca de 28 municípios.
O Baixo São Francisco é, de longe, a mais pobre de todas as regiões do Estado de Sergipe. Para Luciano Pimentel, antes de qualquer crítica à emenda impositiva, esta condição de exclusão econômica do Baixo deve ser levada em conta. E esta visão social de Pimentel, em relação ao Baixo São Francisco, seus problemas e a necessidade de potencializá-lo não é de hoje. Nem está apenas a serviço da defesa da emenda dos R$ 100 milhões que ele considera “justa e necessária”.
No dia 21 de outubro do ano passado, a Assembleia Legislativa realizou a sua quarta sessão itinerante do ano no Estado e selecionou Neópolis com o pretexto de se discutir políticas de inclusão do Baixo no desenvolvimento econômico sergipano. Ali, Luciano Pimentel fez um discurso tocante em defesa da região e dos seus pouco mais de 160 mil habitantes. “O Baixo precisa de qualidade de vida. Precisa de desenvolvimento, e para isso ele tem um potencial riquíssimo até no turismo. É uma região das mais belas do Estado, e não usa esta potencialidade”, disse ele, em discurso no plenário naquele dia 21.
“Os problemas do Baixo já se têm um diagnóstico dado por todos: só necessita de ação. Precisamos todos nos unir em busca do Governo do Estado para promover um grande fórum de debates nesta região. Não mais para identificar os problemas, posto já estarem identificados, mas para trazer para cá os representantes dos organismos dos Governos Federal e Estadual e que cada um diga o que pode fazer para favorecer o desenvolvimento da região. O Baixo São Francisco clama, de forma urgente, por ações do poder público”, disse ele, ainda no discurso de um ano atrás.
Ontem, Luciano Pimentel voltou ao tema. “Eu considero esta emenda impositiva de agora como uma resposta àquele clamor meu e de outros parlamentares que ali discursaram em defesa de um Baixo mais justo social e economicamente”, disse nesta quarta. “Os investimentos da Codevasf serão nos municípios que possuem o menor IDH do Brasil, a exemplo de Propriá, Telha, Cedro, Neópolis, Brejo Grande, Ilha das Flores, Pacatuba, Santana do São Francisco, entre outros. Os investimentos de maior vulto da Codevasf naquela região foram realizados há mais de 40 anos, estando hoje em grande parte sucateados, necessitando de novos investimentos para aquele povo que vive da rizicultura e da pesca e que estava precisando tenha a situação minorada”, esclareceu.
Para Luciano Pimentel, os parlamentares federais que se subscreveram a emenda dos R$ 100 milhões agora questionada por alguns colegas seus de parlamento estadual manifestaram compromisso social e merecem elogio por isso. “Nenhum parlamentar federal sergipano – nem os três senadores e nem os oito deputados federais – se recusara a assinar essa emenda que visa a melhoria da qualidade de vida daquele povo, que visa minorar a situação daquele povo que vive da rizicultura e da pesca. Eu quero aqui ressaltar a importância que tem essa emenda. Não precisamos deslocar uma emenda que beneficiará os carentes do Baixo São Francisco”, sustentou Pimentel.
Para Luciano, é uma inconsequência econômica e social que se peça mudança no itinerário desses recursos “aprovados e assinados por todos os parlamentares sergipanos” destinados ao Baixo. “Portanto, quero aqui ressaltar a importância que essa emenda tem para o Baixo São Francisco e para a melhoria de qualidade de vida daquele povo e para a recuperação da rizicultura e da psicultura daquela região”, afirmou.
Um ano atrás, Luciano Pimentel deu como dado daquela região a informação preocupante de que “o Baixo cresceu nos últimos 10 anos à ordem de 5,1%, enquanto o Estado cresceu 15,9%”. Para ele, ninguém pode fechar os olhos a esta realidade. “Isso é uma demonstração das dificuldades que ele (o Baixo) tem para a sobrevivência das suas famílias, o que repercute no seu desenvolvimento, no seu crescimento”, disse o parlamentar.
Para fazer valer o viés do fraco desempenho socioeconômico, municípios da região angariam péssimos desempenhos no Índice de Desenvolvimento Urbano de Remuneração – IDHR -, como Pacatuba, que fica em 74º lugar, Ilha das Flores, em 73º, Brejo Grande, em 72º, e até a Neópolis, que concentra a segunda maior quantidade de empreendimentos industriais e comerciais da região depois de Propriá, fica em 37º. “Independentemente de se pertencer ou não àquela região, creio que a emenda dos parlamentares federais de Sergipe para a Codesvasf deve ser motivo de orgulho para todos nós”, arrematou Luciano Pimentel.
Texto e foto: Ascom Parlamentar