Por Ethiene Fonseca
O deputado estadual Luciano Bispo (MDB), presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, esteve nesta quinta-feira (27) no Parque da Cidade, em Aracaju, para conhecer os serviços de equoterapia que passarão a ser ofertados à população sergipana, fruto de convênio entre o Governo do Estado e o Batalhão da Restauração. A equoterapia é um método de terapia assistida por cavalos voltada a pessoas com deficiência e autismo. O contato com os animais contribui principalmente com o desenvolvimento biopsicossocial do paciente. O Centro conta com oito cavalos que, após o período de treinamento, devem estar aptos para atender as 200 famílias que estão cadastradas.
“Nós já revitalizamos praticamente todo o espaço, só faltam umas melhorias na parte elétrica. Contratamos três equipes multidisciplinares porque precisamos de pedagogo, terapeuta ocupacional, psicólogos e especialistas em equoterapia. Estamos com a inscrição aberta no Batalhão da Restauração. A ideia é que já em fevereiro, no máximo até o dia 15, possamos iniciar as atividades oferecendo para a população gratuitamente o serviço, principalmente para os mais humildes, pois é muito caro o tratamento com equoterapia”, relatou o deputado estadual Capitão Samuel (PSC), que está à frente do Batalhão da Restauração.
Durante a visita ao espaço, o presidente Luciano Bispo conheceu as instalações e aproveitou a oportunidade para conversar com os pais e crianças com deficiência que estavam no local interagindo com os animais. O parlamentar parabenizou o Capitão Samuel pela iniciativa, destacando a importância para a sociedade dos serviços prestados pelo Batalhão da Restauração, que atua na reabilitação de usuários de drogas e, agora, com a equoterapia.
“Primeiro, quero parabenizar e agradecer ao Capitão Samuel pelo trabalho com essas crianças que têm deficiência. Você vê aqui tanta criança e a alegria dos pais em ter seus filhos participando ativamente, com atenção e com cuidado, das atividades. Isso é muito bom. Eu tenho dito a Samuel que tem coisas que a gente faz que não tem dinheiro que pague. Pelo que ele está fazendo pelas pessoas com deficiência, cuidando, quero parabenizar e dizer que conte comigo. Eu sou apaixonado por esse programa do Capitão”, declarou o presidente.
Pacientes
David Lukka, de cinco anos, foi a primeira criança a chegar no espaço, acompanhado da sua mãe, a dona de casa Gilvânia da Cruz. O menino, que tem autismo, já faz outros tipos de tratamento com psicólogo, terapeuta ocupacional, entre outras especialidades. Para Gilvânia, a equoterapia vem somar nesse processo de desenvolvimento das habilidades cognitivas do seu filho.
“Eu fiquei sabendo do serviço após uma reportagem de TV. Vi que estavam oferecendo esse serviço para crianças. Meu esposo foi ao Batalhão inscrever meu filho. É bom, pois estimula a criança. Ele não fica só em casa, parado. Ele já faz outros tratamentos com fonoaudiólogo, com neuro, psicólogo, terapeuta ocupacional. Agora, ele está na lista para participar da equoterapia, estamos esperando começar”, relata a dona de casa.
Quem também não esconde o entusiasmo com a possibilidade de ter acesso gratuito à terapia com cavalos é Consuelita Oliveira, mãe de Matheus Akiles, de 10 anos. Ela relata que o filho mal dormiu na noite passada, ansioso para poder brincar com os animais. O menino tem síndrome de Down, distúrbio de comportamento e hiperatividade.
“Quando fiquei sabendo da equoterapia, liguei para o Batalhão e consegui agendar. Pelo jeito, ele vai amar. Ele fazia tratamento no bairro Santa Maria, em Aracaju. Mas sou do interior, de Riachuelo, tive problemas com transporte e acabei parando o tratamento. Desde ontem, ele está ansioso para ver os cavalos. Graças a Deus, a equoterapia vai ser de muita ajuda”, relata Consuelita.
O menino Eduardo Miguel, de 10 anos, não escondeu o entusiasmo ao interagir com os cavalos. Ele estava acompanhado da sua mãe, Maria das Graças, que elogiou a iniciativa do Batalhão da Restauração em oferecer o serviço de equoterapia para crianças com deficiência e transtornos do desenvolvimento. Ela acredita que seu filho, que tem autismo, vai ter melhorias no aprendizado e nas habilidades sociais, tendo em vista que, além dos cavalos, ele vai poder interagir com outras crianças.
“O serviço ajuda muito a todas as crianças. Eles têm um incentivo em aprender em contato com os animais, aprendem a se comunicar melhor com as pessoas. Eles saem um pouco de casa e vão interagir não só com os cavalos, mas também com as crianças que participam da equoterapia. Com certeza vai ajudar no desenvolvimento delas”, comemora Maria.
Fotos: Joel Luiz