Milton Alves Júnior | Agência Alese de Notícias
A Escola do Legislativo Deputado João de Seixas Dória (ELESE), em Aracaju, foi palco na tarde desta terça-feira (25), da apresentação do livro: ‘OKUM D’ORIN, a poesia que vem do mar’. Produzido pela Ìyálorixá e professora sergipana, Martha Sales, a obra literária dispõe de poesias autorais em que a escrita partiu de todos os momentos os quais a autora demonstra ter ouvido a voz da dona de seu ori, a Orixá Yemanjá. O primeiro lançamento ocorreu no dia 02 de dezembro do ano passado.
Na concepção da autora, OKUM D’ORIN não se trata apenas um livro, mas um convite para uma aproximação entre a poesia e as artes visuais, bem como com as conexões geradas a partir desse encontro. A atividade cultural contou com a participação e apresentação do Coral da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (CORALES). Segundo revelado por Martha Sales, este conteúdo estava sendo preparado ao longo dos últimos três anos, e recebeu impulsionamento em sua produção durante os momentos mais críticos da pandemia mundial provocada pelo coronavírus.
“Esse livro é um dos resultados provocados por mim, ao espelhar e refletir minhas vivências, meus processos, meus sentimentos, minhas percepções, minhas ancestralidades comungadas em palavras. Palavras que através da poesia como possibilidade e potência, são demarcação de um caminho de insurgências, estratégias e horizontes emancipatórios. É um livro visual, uma experiência sensorial através de cada página, que busca fazer com que as pessoas acessem esse lugar do sagrado que perpassa por todas as poesias e suas imagens”, declarou a autora.
Combate à intolerância
A perspectiva por parte da autora é que o livro possa contribuir, em especial, para o desenvolvimento pedagógico de milhares de crianças e adolescentes ainda em fase de construção das novas gerações. A partir do compartilhamento destas vivências, Martha Sales acredita que em breve o estado de Sergipe estará dispondo de uma população mais consciente, menos preconceituosa e carregada de intolerância religiosa. A autora garante que os leitores, ao consumirem o conteúdo literário, estarão provocando uma viagem em torno do diálogo entre as imagens e os versos.
“Enquanto mulher de axé, vale reforçar que é importante demarcar a produção literária de mulheres de axé de outro lugar que não a academia, pensando as escritas dessas mulheres a partir de outro lugar de produção. Juntos estamos ajudando a ampliar o campo de conhecimento geral e combatendo, desta forma, atos lamentáveis como aqueles que envolvem intolerância religiosa”, completou a Ìyálorixá e professora.
Fotos: Jadílson Simões | Agência de Notícias Alese