25/7/2022
Por Shis Vitória/ Agência de Notícias Alese
25 de julho é o Dia Nacional do Escritor. A data foi escolhida para homenagear profissionais indispensáveis no desenvolvimento da aprendizagem e cultura. O Dia Nacional do Escritor foi instituído em 25 de julho de 1960 com a realização do I Festival do Escritor Brasileiro, sendo uma iniciativa da União Brasileira de Escritores (UBE). À época, a UBE era presidida por Jorge Amado e João Peregrino Júnior que propuseram a oficialização anual da data como celebração voltada ao segmento.
Sejam livros didáticos, ficção, histórias fantásticas, narrativas breves, crônicas, análises não ficcionais do passado ou do presente, todas têm em comum uma característica: foram escritas por alguém. Aprendemos a ler e escrever ainda na infância atividades que exerceremos ao longo da vida, mas algumas pessoas dedicam-se profissionalmente a elaborar histórias, poemas e textos que fomentam o entretenimento e conhecimento. Por trás de todo texto ou livro existe um escritor ou escritora.
“O trabalho do escritor é uma tarefa contínua ao mesmo tempo em que se realiza no ato em que ele está escrevendo, ou seja, diante da página em branco ele não termina nunca. Quem escreve lança o olhar para o mundo e capta as pessoas, os espaços e os conflitos sociais, por exemplo. Quem escreve cria mundos, mas para além disso, o artista da literatura reflete e chacoalha o que temos como realidade do mundo. Ser um escritor é estar sempre em sintonia com pautas de leitura, da defesa do livro, da biblioteca, da existência de livrarias, de fomento para a pesquisa de quem escreve, de espaços de compartilhamento como festivais e cursos de escrita criativa. Ser escritor é estar sempre se multiplicando, tanto nos textos que produz ou na contribuição que dá na formação de outros escritores e leitores. Que em datas como essa possamos reafirmar que a escrita é um trabalho e que nós enquanto sociedade também precisamos dela”, declara o escritor sergipano e doutorando em Letras, Euler Lopes.
Natural do município de Tobias Barreto, Michel de Oliveira é escritor, fotógrafo, artista visual, jornalista e doutor em Comunicação e Informação pela UFRGS. Em alusão à data comemorativa ele faz uma reflexão sobre os desafios da profissão. “Escrever e ter a obra publicada apresenta muitos desafios principalmente, para quem está fora dos grandes centros do Sul e Sudeste. Faço questão de me apresentar como autor sergipano, pois é o que sou com muito orgulho. Então, temos muito o que comemorar por seguirmos escrevendo, contando histórias, mesmo diante das dificuldades”, afirma.
Michel de Oliveira destaca ainda a prática da leitura no país. “Que este momento de homenagens a quem escreve seja também um chamado à reflexão sobre a importância do livro. O Brasil apresenta um baixo índice de leitura e precisamos avançar muito nesse quesito incentivando a formação de novos leitores. Aproveito a data para agradecer a quem me leu e me lerá. Um livro só faz sentido quando encontra quem dê ouvidos ao que está impresso nas páginas. Minha gratidão é imensa quando as histórias que escrevo são acolhidas por leitores e leitoras”, ressaltou.
Alese
A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) tem contribuído com o tema no reconhecimento de instituições e ações com foco no incentivo à leitura e produção de obras. A Lei Nº 5.799/2005 reconheceu como Utilidade Pública a Sociedade Cultural ‘Casa do Livro’ com sede e foro no município de Capela. Além disso, a ‘Casa do Livro’ foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Sergipe através da Lei Nº. 8.913/2021. O reconhecimento se dá em virtude da importância de ler para o estudo e o conhecimento.
Outra atuação aconteceu por meio da Lei Nº 6.580/2009 no qual, dispõe a sobre a criação da Política Estadual do Livro (PEL) e dá providências correlatas.
Através da Lei Nº 8.127/2016 a “Bienal do Livro de Itabaiana” foi declarada como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Sergipe e incluída no Calendário Oficial de Eventos do Estado. No ano seguinte, a Lei Nº 8.264/2017 instituiu e incluiu no Calendário Oficial de Eventos Culturais do Estado de Sergipe a “FLISE – Feira de Leitura e do Livro de Sergipe”.
Em 2020, a Alese aprovou e logo após foi sancionada a Lei Nº 8.706/2020 que destaca a obrigatoriedade de Bibliotecas Públicas de Sergipe em manter espaços específicos destinados aos livros e obras de autores sergipanos. A propositura prevê também que as escolas públicas da Rede Estadual tenham espaços com livros e obras de autores sergipanos, facilitando o acesso dos leitores às obras.
Publicações
- Euler Lopes é autor do livro 10 Afetos e +10 Afetos que são coletâneas de textos para teatro como também, o livro Prosa poética BOLOR – A obra reúne 81 textos que respondem a pergunta: Depois do amor, o que sobra?
- Michel de Oliveira é autor de O amor são tontas coisas (Moinhos, 2021), Fatal Error (Moinhos, 2021), O sagrado coração do homem (Moinhos, 2018), Cólicas, câimbras e outras dores (Oito e Meio, 2017), do livro de não ficção Saudades eternas: fotografia entre a morte e a sobrevida (Eduel, 2018); participação das antologias Como tudo começou: a história e 35 histórias dos 35 anos da Oficina de Criação Literária da PUCRS (ediPUCRS, 2020) e Qualquer ontem (Bestiário, 2019).
*Com informações do Mundo Educação/UOL
Foto Capa: Michel de Oliveira (Arquivo pessoal)