A deputada Linda Brasil (PSOL) ressaltou na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), denúncias que recebeu com relação ao Hospital Municipal da Zona Norte, o Nestor Piva, quanto ao procedimento de internação dos pacientes.
“Uma das denúncias é a falta de atenção e cuidado dos procedimentos em saúde com quem está internado. A neta de D. Maria Selma dos Santos, de 68 anos, denunciou que existe grande demora no atendimento, falta de explicações às famílias sobre os quadros de saúde; falta de cuidado com a troca de exposição de pacientes e das pessoas que estão imóveis e precisam à cada duas horas serem mudadas de posição para não criarem feridas. D. Maria Selma deu entrada no dia 12 de setembro, com um quadro de hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e renais, estando na estabilização, sendo que é necessário a intubação por causa da desfribilação no coração”, relata.
Linda Brasil informou destacou ainda a necessidade da transferência para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) , pois o quadro está se agravando à cada dia. “A paciente precisa fazer a diálise e não está sendo atendida como devia. A neta já fez denúncias ao Ministério Público e tem tentado falar com a direção do hospital; é necessário a intubação com urgência e os familiares temem pela vida da paciente. Infelizmente essas situações de negligência e falta de cuidado mais eficaz, acaba infelizmente agravando a saúde”, lamenta.
E acrescentou que também existem denúncias quanto a uma maior atenção para com os acompanhantes. “Os familiares passam a noite no Nestor Piva e acabam muitas vezes não tendo condições de fazer uma alimentação. Estamos cobrando às autoridades; já enviamos ofício à Secretaria Municipal de Saúde e estamos esperando uma resposta ágil. Também recebemos denúncia sobre os riscos de infecção hospitalar no Huse. Infelizmente a gente não percebe soluções nem da saúde do município e nem do estado, para resolver essas situações”, observa.
Infância
A parlamentar destacou ainda uma matéria publicada pelo Mangue Jornalismo, repercutindo um estudo produzido pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“O estudo escancara mais essa realidade dramática do nosso estado. Sergipe, de acordo com os dados, tem a maior proporção no país, de mortes causadas pela polícia contra crianças e adolescentes. Sergipe apareceu no topo do ranking dos estados brasileiros, com uma taxa de 36,9%, quase o triplo da média nacional de mortes violentas contra as pessoas que tínham de 10 a 19 anos, ou seja, são 36,9 mortes para cada 100 mil habitantes e a média do Brasil é de 18, 2. Abaixo de Sergipe estão os estados do Amapá, com 32,2% e a Bahia, com 31,4%. Em 2023, os agentes de segurança pública de Sergipe executaram 30,4 pessoas com essas idades e em 2022, foram 18 mortes. Em 2021, 27 crianças e adolescentes morreram em supostos confrontos”, enfatiza.
Linda Brasil afirmou que: “Não podemos naturalizar o fato de que as polícias de Sergipe estão entre as que mais matam no Brasil. Vou continuar falando e atuando contra essa realidade até que a mudança aconteça. É preciso urgentemente a gente discutir segurança pública no nosso estado. A gente não pode aceitar que alguns agentes de segurança se intitulem como salvadores da violência e como justiceiros, sem fazer uma apuração apurada, como o caso que denunciei semana passada aqui, em que o jovem, Aislan foi executado em Itabaiana em frente ao seu trabalho e amotivação teria sido por causa de disques-denúncias, sem averiguação e sem pelo menos perguntar o nome da pessoa. Espero que, com esses dados, a Secretaria de Segurança Pública e a nossa Comissão de Direitos Humanos, possam ver formas de rever algumas práticas, garantindo a vida das crianças e jovens que estão morrendo de forma tão brutal”.
Foto: Joel Luiz/Alese