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Linda Brasil preside Sessão Especial voltada para a comunidade surda

Por Aldaci de Souza – Agência de Notícias Alese

Para celebrar o Dia Nacional de Luta da Comunidade Surda, a deputada Linda Brasil (PSOL), realizou na tarde desta terça-feira (26) no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (ALESE), uma Sessão Especial com a finalidade de fomentar o debate, desconstruir estereótipos e incentivar a inclusão. O último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (em 2010), aponta que em Sergipe existem 3.303 pessoas; 20.033 pessoas com deficiência auditiva severa e 88.362 com alguma dificuldade para ouvir.

Deputada diz que já vem travando o debate com as comunidades surdas há muito tempo

O encontro reuniu representantes de instituições, estudantes e ativistas de movimentos sociais com a perspectiva de fomentar o debate sobre os avanços e retrocessos relacionados à garantia dos direitos das sergipanas e sergipanos surdos do estado. 

Linda Brasil lembrou que já vem travando um debate com a comunidade surda há muito tempo. “Desde quando fui vereadora de Aracaju, que conseguimos aprovar uma lei que obriga o município a ter nas repartições públicas, intérpretes de Libras, porque muitas pessoas surdas acabam não tendo acesso ao atendimento e às políticas públicas, pois os atendentes nas repartições não entendem o que essas pessoas necessitam.  Hoje a gente traz ao plenário da Assembleia Legislativa, uma reflexão e as demandas dessa  comunidade, que historicamente também é invisibilizada aqui no estado de Sergipe”, enfatiza.

Legislação

Lidiane Lucena é autora do projeto sobre surdez unilateral

A parlamentar lembrou que no Brasil, a Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015, que trata da Inclusão da Pessoa com Deficiência, é considerada uma conquista histórica e que apesar de sua criação, assim como de outras leis a exemplo da Lei nº 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como uma das línguas oficiais do país, os obstáculos ainda persistem, com isso a importância dos debates em que a própria comunidade surda possa tratar sobre esses desafios.

“Quando vamos analisar, na prática, não temos tantos avanços: a quantidade de profissionais atuando dentro dos órgãos do Governo é mínima e recentemente, os profissionais estavam com seus salários atrasados. Uma verdadeira demonstração de falta de compromisso com a própria lei”, lamenta.

Segundo a deputada, as sessões especiais proporcionam que as pessoas venham até a Casa do Povo, ocupando um espaço de protagonismo no momento das discussões.

Professora Alzenira Aquino falou sobre a acessibilidade

“As pessoas surdas, assim como várias outras pessoas com deficiência, muitas vezes, ainda não são respeitadas, não são incluídas nos diversos setores da sociedade e sofrem com os estigmas, preconceitos e discriminação. Nesse espaço, queremos que essas cidadãs e cidadãos falem sobre isso e cobrem os seus direitos”, ressalta. 

Linda Brasil lembrou que já vem travando um debate com a comunidade surda há muito tempo. “Desde quando fui vereadora de Aracaju, que conseguimos aprovar uma lei que obriga o município a ter nas repartições públicas, intérpretes de Libras, porque muitas pessoas surdas acabam não tendo acesso ao atendimento e às políticas públicas, pois os atendentes nas repartições não entendem o que essas pessoas necessitam.  Hoje a gente traz ao plenário da Assembleia Legislativa, uma reflexão e as demandas dessa  comunidade, que historicamente também é invisibilizada aqui no estado de Sergipe”, enfatiza. 

Dados

O estudante Rafael Lima lamentou a falta de intérpretes em eventos

A deputada Lidiane Lucena (Republicanos), autora do projeto de lei que trata da surdez unilateral, também participou da Sessão Especial. “A gente espera que em breve consiga sancionar esse projeto. No Brasil temos 10 milhões de surdos, quer seja surdez total, parcial, unilateral, bilateral; então é um número alto e a gente tem que dar essa voz, que muitas vezes eles não tem. Como médica posso relatar pacientes que chegavam pra mim e eu não sabia me comunicar, daí a importância de sabermos  o básico para nos comunicar, pois o número é muito alto, então hoje é um dia muito feliz com esse debate proporcionado pela colega Linda Brasil”, entende.

Debatedores

Os debates contaram com as participações  do graduando em Letras Libras pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Rafael Lima Leite;  do tradutor e intérprete de Libras e Português, Matheus Silva; da professora de Libras do IPAESE, Gyslaine Damares Feitosa Costa; da professora de Libras da UFS,  Alzenira Aquino; da assistente social do IPAESE, Juliane Barbosa e da graduada em Letras Libras pela UFS, Rubivânia Andrade de Carvalho

Genivaldo Oliveira, intérprete de Libras da Alese

Foram apresentados vídeos voltados para o tema: um dos estudantes Luana Lobo Paz e José Vitor e outro da coordenadora pedagógica do IPAESE, Dayse Xavier e do presidente do IPAESE, Raul Silveira e um do diretor executivo da Gelateria Il Sordo, Breno Oliveira e da professora do IPAESE, Laís Helena Bispo.

Acessibilidade

Para a professora Libras da Universidade Federal de Sergipe, Alzenira Aquino, é importante dar visibilidade à questão da acessibilidade das pessoas surdas, que perpassam pela Língua de Sinais. “Então, a inclusão de Libras nas escolas como disciplina para que todos tenham a oportunidade de aprender; a implantação de escolas bilingues com ensino de Libras e Português e acessibilidade nos serviços de saúde, principalmente, para pessoas surdas. Esse evento é justamente tanto para que de certa forma homenagear as pessoas surdas, mas por outro lado, momento de reivindicação e reflexão sobre a acessibilidade das pessoas surdas na nossa sociedade”, destaca.

Rozilda Ramos, também intérprete de Libras da Alese

O estudante de Letras Libras da UFS, Rafael Lima Leite disse que algo que a comunidade insiste, é quanto a presença de intérpretes em shows. “Mas, infelizmente eles não estão presentes nos eventos, assim como em consultórios médicos, pois acessibilidade é importante. Hoje temos a referência da data de hoje como festividade, mas hoje é o dia que os surdos lembram do sofrimento que passamos, dos preconceitos. Precisamos de mais valorização da Libras para que os surdos aprendam, os pais precisam aprender para se comunicar e contribuir para que os filhos sejam independentes. O IPAESE coloca o ouvinte dentro dessa realidade e isso é inclusão convivida”, afirma, 

Na Sessão Especial que contou com os intérpretes da Alese, Genivaldo Oliveira Filho e Rozilda Ramos,  a Mesa foi composta pelas deputadas Linda Brasil e Lidiane Lucena; Juliane Barbosa, assistente social do Ipaese; Gyslaine Damares Feitosa Costa, professora de Libras do Ipaese; Alzenira Aquino, professora de Libras da Universidade Federal de Sergipe; Matheus Silva, tradutor e intérprete de Libras e Português; Rafael Lima Leite, estudante de Letras Libras; e Rubivania Andrade de Carvalho, empresária e graduada em Letras Libras.

Fotos: Joel Luiz/Alese

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