Na Sessão Plenária desta terça-feira, 11, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual Linda Brasil (Psol) expressou sua preocupação com a falta de medidas efetivas para o fornecimento de água em diversos municípios sergipanos. A parlamentar alerta que a utilização de carros-pipa é uma medida paliativa e não atende à necessidade real da população.
“São gastos quase 2 milhões de reais mensais com carros-pipa, mas o povo quer a água é nas torneiras. É lamentável que o Governo do Estado, mesmo tendo efetivado esse processo de privatização da Deso, com parte dos serviços sendo agora operados pela Iguá Saneamento, não consiga solucionar essas questões essenciais. Isso demonstra o sério problema de gestão existente no estado”, alertou a deputada.
De acordo com Linda Brasil, municípios como Porto da Folha, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória recebem, sistematicamente, água por caminhões-pipa. “Essa é a política do Governo do Estado. O que deveria ser uma medida emergencial se tornou rotina por falta de uma política pública efetiva”, afirmou.
Na tribuna, Linda Brasil apresentou dados divulgados pela Agência Brasil, referentes ao ano de 2024, quando houve registro de cerca de 33 milhões de pessoas sem acesso à água potável. “Em Sergipe, cerca de 160 mil pessoas estão sem água nas cidades de Lagarto, Riachão do Dantas e Simão Dias desde a última semana”, denunciou a parlamentar.
Em seu pronunciamento, a parlamentar frisa que os municípios são afetados pela seca mais severa dos últimos 60 anos, com mais de 50% do território sergipano classificado em estado de seca moderada. “Sabemos que, além das mudanças climáticas, existe também a má gestão dos recursos hídricos e a falta de estrutura de abastecimento capaz de acompanhar o aumento da demanda. Infelizmente, é um governo que trabalha com grandes latifúndios e grandes empresários, e a população mais carente fica à mercê”, avaliou.
Transporte público
Durante aparte concedido pelo deputado estadual Paulo Júnior (PV), a deputada Linda Brasil destacou a insatisfação da população com a administração da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, diante das medidas adotadas para a regularização das empresas de ônibus que deverão atuar na capital.
Linda Brasil explica que, no último sábado, dia 8 de março, a prefeita divulgou um vídeo informando que encerraria, na segunda-feira (10), o prazo de 60 dias concedido para que as empresas se adequassem às regras. No entanto, voltou atrás e publicou um decreto que estende o prazo por mais 30 dias.
Enquanto isso, segue sem votação o veto de Emília Corrêa ao projeto de Camilo Daniel (PT), que tramita na Câmara de Vereadores, para condicionar o pagamento do subsídio do transporte público somente às empresas que cumprem a legislação trabalhista e mantêm a frota regular.
“Ela mesma votou a favor desse projeto enquanto vereadora. No entanto, ao se tornar prefeita, adotou a postura contrária, aliviando a tensão dos empresários. Nesse contexto, nós recebemos as graves denúncias dos trabalhadores que estão há mais de 30 dias sem os seus salários”, concluiu a parlamentar, alertando que a população observa, indignada, a incoerência que revela descaso com os trabalhadores e com os aracajuanos.
Privatização dos serviços no Hospital da Criança
A deputada Linda Brasil, durante aparte concedido pelo deputado George Passos (Cidadania), expressou indignação com o aviso de chamamento público para contratação de Organização Social (OS) para a área da saúde. A publicação, realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem como objetivo entregar à OS a administração do Hospital da Criança.
“Isso concretiza o que a gente já anunciava e já se preocupava quando, em 2023 e 2024, o Governo do Estado enviou para esta Casa vários projetos para entregar serviços públicos à iniciativa privada. Isso demonstra a incompetência do gestor público, que não sabe administrar. Infelizmente, estamos em meio a esse governo privatista. É lamentável”, declarou Linda Brasil.
A deputada demonstra preocupação com a precarização do serviço público. “Já ocorreram escândalos relacionados às OS. Esses futuros empregos, infelizmente, são dados por indicação política, enfraquecendo a nossa democracia, enfraquecendo os serviços públicos e a administração pública do nosso estado”, alertou.
Fonte: Ascom