A deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou o pequeno expediente da sessão plenária desta quarta-feira, 7, para cobrar ao Governo do Estado uma resposta concreta no que diz respeito às reivindicações feitas pelo Magistério Sergipano e para criticar a ação judicial emitida pelo Estado contra o direito constitucional que a categoria tem de se manifestar coletivamente em defesa dos seus direitos. Em resposta à ação do Governo, a Justiça fixou multa diária no valor de R$ 60 mil para o Sindicato, em caso de continuidade da greve.
As professoras e os professores reivindicam a abertura de negociações para tratar sobre descongelamento de gratificações, recuperação de perdas salariais, melhorias nas condições de trabalho, entre outros direitos. De acordo com a deputada, a resposta do Governo não respeita as reivindicações da categoria, pois a proposta é que as reuniões sejam realizadas de três em três meses e por isso não vai haver resposta ainda em 2024. “Esse ano vai acabar e o Governo não vai ter resposta para dar ao magistério”, denunciou a deputada. Em assembleia realizada no último dia 30 de julho, o Sindicato dos Professores (Sintese), da rede estadual de ensino, decidiu paralisar as atividades nesta quarta-feira, 7, e amanhã, 8, para que o processo de negociação com o governo seja reaberto, o que não aconteceu.
A deputada lembrou ainda que na paralisação anterior, quando os professores ocuparam a Secretaria de Educação e Cultura (Seduc), houve a promessa do governo de marcar uma audiência entre o secretário Zezinho Sobral e o Sintese, o que nunca ocorreu. “A reunião não ocorreu por falta de interesse do governo de negociar e encontrar formas de atender as demandas urgentes da categoria. É um absurdo! Precisamos que o Governador respeite essa categoria tão importante e assegure os seus direitos”, reforçou Linda.
Desrespeito do Governador
A deputada também criticou a forma irônica e desrespeitosa do governador com uma professora aposentada, moradora do bairro Industrial, que cobrou ao governador a devolução dos 14% dos salários dos aposentados retirados na gestão do seu antecessor e ex-líder político, Belivaldo Chagas. “Quando a professora foi cobrar, de forma justa, pois foi um grande corte salarial para pessoas que dedicaram as suas vidas para o estado, o governador pediu que ela fosse cobrar a Belivaldo Chagas. Quanto desrespeito! Isso não tem sentido, pois quando aprovamos os empréstimos para que o governador atual traga melhorias para o estado, eles foram idealizados na gestão passada, mas quando se trata de atender à população, Mitidieri manda ir cobrar ao governador passado, cadê o princípio da impessoalidade, inexorável à gestão pública?”, questionou a deputada.
