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Linda Brasil cobra solução para prática de skate na orla durante o período junino

A deputada Linda Brasil (PSOL) utilizou a tribuna na sessão desta terça-feira (25) na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), para destacar algumas reclamações que recebeu das pessoas que utilizam a pista de skate da Orla de Atalaia e estão se sentindo prejudicados nesse período junino.

“Os skatistas sergipanos foram impedidos de utilizar a pista de skate, do modo como eles sempre utilizaram, devido à utilização de parte do espaço como uma das entradas para o evento Arraiá do Povo. Esse incidente destaca como um segmento cultural e esportivo da nossa comunidade não tem recebido a atenção necessária que merece. Quero expressar meu apoio a estas duas expressões culturais tão valiosas para nós em Sergipe: as festas juninas e o skate. Lembrando que temos atletas que são referenciais para o Brasil e o mundo nesta atividade esportiva.  O Arraiá do Povo é um evento que celebra nossas tradições e atrai milhares de pessoas, fortalecendo nosso patrimônio cultural e econômico. Por outro lado, o skate é uma modalidade olímpica, que promove o esporte, a saúde e a inclusão social, especialmente entre os jovens.  É crucial que pensemos em estratégias para que essa situação não se repita em 2025. Precisamos garantir que ambos os grupos possam usufruir dos espaços públicos de forma harmoniosa e respeitosa”, entende.

A parlamentar propôs ao Governo do Estado, que repense a criação do calendário de eventos considerando e respeitando a utilização das áreas de lazer da nossa cidade, mapeando os eventos anuais e identificando possíveis conflitos de uso dos espaços públicos, permitindo um planejamento mais eficiente para evitar que eventos importantes interfiram nas atividades regulares dos cidadãos. 

“Outro ponto importante é a criação de um canal de diálogo permanente entre skatistas e demais grupos que utilizam os espaços públicos, tanto para a prática esportiva, quanto para a prática cultural, e os organizadores de eventos culturais. Esse diálogo pode ser mediado pelo poder público, visando garantir que as necessidades e preocupações de ambos os lados sejam ouvidas e consideradas no planejamento dos eventos. É fundamental que o poder público do estado e dos municípios invistam na melhoria e ampliação dos espaços dedicados ao skate em Aracaju e nos demais municípios. Na capital, novas pistas de skate podem estar distribuídas de forma estratégica pela cidade e pelo estado, podem reduzir a pressão sobre um único local e proporcionar mais opções para os praticantes do esporte”, afirma acrescentando que o objetivo é garantir que Aracaju e Sergipe sejam lugares inclusivos e acolhedores para todas as pessoas, onde as tradições culturais e as práticas esportivas possam coexistir em harmonia.  

Contraponto

Em resposta, o líder do Governo na Alese, deputado Cristiano Cavalcante (União), afirmou que semana passada essa questão foi resolvida. “Os ajustes foram realizados no espaço da Saída B do evento. As modificações, foram construídas coletivamente com os skatistas que utilizam a pista. Entre as principais adequações foram inseridas manilhas e placas indicativas para melhor orientar o público”, esclarece.

“LGBTQIA+fobia”

Linda Brasil também repudiou a resposta de um radialista, após ela ter denunciado semana passada na tribuna, que o mesmo cometeu LGBTQIA+fobia no ar ao dar uma notícia.

“Ele tenta emplacar uma narrativa falsa, sem reconhecer e apresentar o que de fato é nossa crítica sobre o crime de ódio que ele comete contra nossa comunidade.  A crítica não está só no fato do radialista usar uma palavra errada ao se referir a uma travesti acusada de cometer um crime. Infelizmente este fato, que poderia ser um engano, uma falta de informação não o é. O que trouxemos a esta tribuna e estamos buscando junto às autoridades denunciar é a LGBTQIA+fobia estrutural que aparece nas falas do rapaz. O crime de ódio ficou nítido quando ele utiliza a notícia de um fato para externar seu juízo de valor sobre a comunidade LGBT reforçando preconceitos, estereótipos e nos colocando em um lugar meramente de pessoas voltadas ao sexo.  Não vou repetir as palavras porque são muito baixas. Inclusive durante um bom tempo os comentários são feitos sobre a fala do namorado da moça sem sequer explicar o crime cometido. Mas em sua consciência o radialista sabe, a não ser que seja psicopata, que ele, ao proferir os comentários que fez, não foi criticar a pessoa criminosa, não criticou o crime, ele estava ali fazendo um comentário com seu juízo de valor sobre o que ele acha da toda comunidade LGBT, como se fôssemos pessoas sem coração, pessoas desumanas que queremos privilégios”, lamenta.

A deputada enfatizou que não é por noticiar um crime cometido por alguém que isso dá ao comunicador, o direito de cometer crime de ódio e usar expressões chulas e racistas contra grupos sociais. 

“Se qualquer comunicador noticiar que um homem de tal povoado matou alguém, isso daria o direito dele dizer que todas as pessoas do povoado X são perversas, violentas, que querem se aparecer?… Imaginem se vocês moram neste povoado? Se sentiriam bem? Sendo acusadas pelo juízo de valor do radialista de serem de forma x ou y? Entendem a gravidade do que este rapaz fez estigmatizando as pessoas LGBTs sobre o disfarce de noticiar um crime? Outro ponto que mostra a total falta de compromisso com a informação é o radialista falar que nós só defendemos a pauta LGBTQIA+, ele passa um atestado de dificuldades com a vida civilizada e mostra que não cumpre o próprio ofício de fazer uma crítica com fundamento. Nitidamente essa pessoa não acompanha nossas redes sociais e nem o dia a dia desta Casa. Inúmeras vezes vim a esta tribuna defender a necessidade do governo trabalhar para combater a  fome no estado, gerar emprego e renda,  valorizar as servidoras e servidores públicos… Inúmeras vezes venho defender a necessidade de termos políticas públicas de incentivo aos nossos artistas, exigido qualidade nos serviços de saúde de educação… Não vou nem falar na falta de informação deste rapaz em relação às leis que já aprovamos como o Dossiê da Mulher Sergipana, o Abril Verde, a lei relacionada a fibromialgia. Fica a dica: fundamente com a verdade o que falar!”, alfineta.

Linda Brasil complementou que este tipo de mentira, lhe dá ainda mais combustível para a luta por justiça social, contra as opressões sofridas pelas maiorias minorizadas como pessoas negras, as mulheres e pessoas LGBTs que ele tanto tem perseguido. Isso só me deixa mais convencida de que nossa crítica é necessária e outras medidas são importantes serem tomadas até pelo caráter pedagógico que elas terão.  

“Lamento que este tipo de discurso incentivador de crimes contra grupos de pessoas encontre espaço em famílias, em igrejas, ambientes sociais e nos meios de comunicação, porque ele enfraquece a democracia, estimula ódio e crimes e envergonha quem de fato tenta ser cristã ou cristão autêntico. É preciso que as pessoas assumam suas responsabilidades, se retratem e paguem por falas e atitudes criminosas, que fomentam violência contra grupos em nossa sociedade.  Sigo defendendo a classe trabalhadora, as pessoas do campo, uma sociedade com desenvolvimento sustentável no campo e na cidade, por melhorias nas políticas públicas em todas as áreas; brigando para que estas políticas atendam pessoas mais vulnerabilizadas. Recomendo que, ao invés de fazer juízo de valor condenando grupos ou pessoas, ele faça o mesmo que eu: trabalhe para servir ao bem comum e lute por justiça social”, conclui.

Foto: Joel Luiz/Agência Alese

 

 

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