Os desafios enfrentados pelos pacientes renais em Sergipe foram destaque no pronunciamento da deputada Linda Brasil (Psol) durante a Sessão Plenária desta quinta-feira, 13, Dia Mundial do Rim. A parlamentar cobrou investimentos para a realização de exames que viabilizem o diagnóstico precoce, assim como para o acesso aos tratamentos na rede pública de saúde.

 

No estado, cerca de 1.600 pessoas realizam diálise, e quase metade delas precisa de um transplante de rim. No entanto, o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) não possui habilitação para a realização do procedimento. “Isso ocorre devido à alta taxa de infecção hospitalar registrada no HUSE. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, cerca de 250 óbitos ocorrem mensalmente no hospital, sendo 70% deles por sepse”, lamentou a parlamentar.

 

Linda Brasil acrescenta que, desde 2012, o procedimento deixou de ser ofertado no estado, sendo retomado com limitações a partir de 2022, no Hospital Universitário. “Os transplantes renais no Hospital Universitário são realizados apenas em caráter eletivo e com doadores vivos”, revelou a deputada.

 

Os pacientes que precisam se deslocar para realizar o transplante em outros estados recebem um auxílio diário de R$ 24,75. “É vergonhoso que o Governo do Estado trate os pacientes renais dessa forma. Esse é um valor insuficiente para a alimentação e hospedagem. Isso torna a situação ainda mais difícil para essas pessoas, que já enfrentam uma batalha diária para sobreviver”, denunciou Linda Brasil.

 

A parlamentar reforça a necessidade de assegurar à população o acesso ágil aos exames fundamentais ao diagnóstico, como a ultrassonografia renal e a proteinúria de 24 horas, dentre outros exames laboratoriais. “Não podemos permitir que os pacientes renais tenham seus tratamentos realizados de forma tardia, com a doença já em estágio avançado, devido à falta de estrutura do estado”, declarou.

 

 

No mês de setembro de 2024, Linda Brasil fez uma indicação ao secretário da Segurança Pública para que, em parceria com a Secretaria de Saúde (SES), fosse reforçado o incentivo à doação de órgãos e tecidos. Foi encaminhada a proposta para contratação ou realocação de um profissional no IML para auxiliar na notificação de óbitos aptos à doação de córneas, conforme determina a Lei nº 14.722/2023. A medida teve como objetivo contribuir para o aumento do número de doações de órgãos.