Em uma decisão histórica, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou por unanimidade a implementação de cotas para pessoas trans. A medida representa um avanço significativo na luta por reparação histórica e pelo reconhecimento dos direitos dessa população no acesso ao ensino superior.
Em Sessão Plenária nesta quarta-feira (2), a deputada Linda Brasil (Psol) comemorou a decisão e destacou sua importância: “Essa vitória representa um passo gigantesco na luta por equidade. Pessoas trans enfrentam barreiras enormes para acessar e permanecer nas universidades, e essa medida vem corrigir uma histórica desigualdade”.
Diversas universidades brasileiras já adotaram medidas semelhantes. Entre elas estão:
Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), pioneira ao implementar cotas para pessoas trans em 2018;
Universidade Federal do ABC (UFABC), primeira universidade pública de São Paulo a adotar cotas em 2019;
Universidade Federal da Bahia (UFBA), que seguiu o mesmo caminho no mesmo ano;
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que em 2024 anunciou cotas para pessoas trans e travestis nos cursos de graduação e pós-graduação;
Universidade de Brasília (UnB), que estabeleceu uma reserva de 2% das vagas para pessoas trans nos cursos de graduação.
Outras instituições, como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), também aderiram às cotas para a população trans.
“Eu estou muito feliz e espero que essa conquista inspire mudanças em todas as instituições de ensino, inclusive na Universidade Federal de Sergipe (UFS)”, afirmou a deputada.
Superlotação no Hospital Nestor Piva gera reclamações
Além da celebração das cotas, Linda Brasil também denunciou a situação de superlotação no Hospital de Urgências Nestor Piva, em Aracaju. Segundo a parlamentar, pacientes estão aguardando mais de uma hora e vinte minutos para passar pela sala de classificação de risco.
“É inadmissível essa demora até para o paciente passar pela classificação de risco. A pessoa chega lá com pressão alta, que é algo muito perigoso, e precisa esperar mais de uma hora para ser triada. É um absurdo”, criticou Linda Brasil.
Apesar de o hospital possuir duas salas para a classificação, apenas uma estava em funcionamento, pois a outra estava sendo utilizada para estabilização de pacientes. A situação tem gerado desistências e insatisfação entre os pacientes.
A deputada também cobrou providências da gestão municipal. “A Prefeitura de Aracaju anunciou no dia 14 de março mudanças no hospital para supostamente acabar com a superlotação, mas o que temos presenciado é que essas ações não foram suficientes para atender à demanda da população. Ou seja, continua a política da propaganda enganosa”.
Por fim, a parlamentar ressaltou a importância de seguir o protocolo de classificação de risco. “O protocolo define o tempo de atendimento médico para cada pessoa. Infelizmente, sem passar pela triagem adequada, os pacientes ficam suscetíveis a ter o quadro de saúde agravado”, alertou.
Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese