O deputado estadual Iran Barbosa, do PT, aproveitou a sessão remota da Assembleia Legislativa de Sergipe, realizada nesta terça-feira (11), para chamar a atenção sobre o intenso conflito que a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) está criando ao dar início à construção de um complexo habitacional com mais de mil casas no Bairro 17 de Março, na área da Unidade de Conservação Extrativista das Mangabeiras, mesmo à revelia de decisão judicial, conseguida através de ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que havia determinado que não poderia ser feita qualquer alteração da área, como realização de terraplenagem, remoção de vegetação ou impermeabilização do solo, antes de demonstrar a existência de infraestrutura necessária para evitar criar ou agravar problemas ambientais naquela região.
Por três vezes vereador da Capital, Iran Barbosa lembrou que sempre acompanhou de perto a luta de movimentos e comunidades vivendo em locais precários e lutando por moradia digna. Para ele, a luta por habitação é uma demanda nacional e histórica, que em Aracaju, não é diferente, e que precisa de solução.
“Enquanto fui vereador da nossa capital, pude acompanhar de perto essa luta e, agora, como deputado estadual, continuarei a acompanhar porque entendo que essa é uma luta justa e nós a abraçamos. Queremos reivindicar da Prefeitura de Aracaju que implemente políticas que assegurem a ampliação do acesso a moradias dignas, mas com certos cuidados necessários”, afirmou o deputado.
O petista reforçou a reivindicação solicitando à Administração Municipal que, ao implementar essa política de habitação, procure ouvir efetivamente aqueles que estão reivindicando as moradias para entender quais são as verdadeiras demandas, mas também, e de forma muito enfática, não permitindo que qualquer projeto de habitação, seja popular ou não, venha a conflitar com os interesses não menos importantes da preservação ambiental.
Iran destacou que a região das Mangabeiras, no 17 de Março, vem sendo utilizada há décadas por famílias que sobrevivem da extração e comercialização da mangaba e outros frutos, como o caju, e que agora estão ameaçadas pela devastação, como comprovou o próprio MPF/SE, em visita ao local na segunda-feira (10).
“Quero dizer que acredito ser possível um bom projeto de habitação popular que venha a coexistir com a natureza, e não destruí-la. Essa é a tarefa dos governos comprometidos com o povo e com o meio ambiente, procurando atender às necessidades populares e preservando o direito ambiental. Quero me somar aos que lutam por moradia e também à necessária preservação do meio ambiente, duas bandeiras muito caras para nós”, apontou o parlamentar petista.