Por Aldaci de Souza – Rede Alese
Na sessão desta quarta-feira, 27 na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), o deputado Iran Barbosa (PT) refutou o chamamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, para que se faça uma homenagem ao Golpe Militar de 1964.
Iran Barbosa lembrou que, quando os parlamentares assumem os mandatos, juram respeitar a Constituição Federal, assim como fazem os chefes dos poderes executivos nas três esferas.
“A Constituição possui cláusulas pétreas e a mais importante é a que preserva o estado democrático de direito. Não pode, nenhum chefe de poder executivo, nenhum parlamentar no exercício dos seus mandatos, sob o juramento da Constituição, invocar e fazer apologia à ditadura porque isso fere de morte o juramento feito à Constituição que tem como cláusula pétrea, o respeito à democracia”, esclarece.
Segundo o deputado, é preciso refutar o chamamento e o discurso do presidente da República para que os órgãos do Exército brasileiro, façam homenagem ao golpe que instalou no Brasil uma ditadura sanguinária.
“Que as pessoas queiram divulgar as Forças Armadas como instrumento constitucional, eu respeito, mas fazer apologia e comemoração a um fato histórico que manchou de sangue e de sangue inocente a história do nosso país, não pode ser aceito de forma silenciosa”, afirma destacando a manifestação contrária a essa orientação do Palácio do Planalto, por parte de instituições e fiscais da democracia.
Ditadura
O deputado enfatizou que a ditadura que está sendo orientada para ser comemorada, foi um regime que assassinou. “E que inclusive atacou e atingiu crianças. A história registra isso e a necessidade é de que não permitamos que momentos como aqueles que marcaram os 21 anos da ditadura que se instalou no Brasil, se repitam. Foram mortes, prisões arbitrárias, expulsões, perseguições aos intelectuais e artistas, censura, que não podem voltar a ser regra. Essa memória não pode ser comemorada, sobretudo por aqueles que juraram respeitar a constituição”, entende.
Posição antiga
Iran contou que, quando esteve como deputado federal, foi colega de Jair Bolsonaro e no período, o militar usou a tribuna para defender a ditadura.
“A primeira razão que me fez ir à tribuna refutar as posições de Bolsonaro, foi quando ele ocupou a tribuna do parlamento nacional para defender o retorno da ditadura. Naquele momento eu pedi providências à mesa porque ele estava ferindo os preceitos constitucionais, que jurou respeitar como parlamentar e agora fere de novo na condição de presidente da República”, relata.
Foto: Jadilson Simões /Alese