Por Aldaci de Souza – Rede Alese
O deputado Iran Barbosa (PT), lamentou na sessão desta quarta-feira, 11, a tramitação do Projeto de Lei na Câmara de Vereadores de Aracaju, que estabelece parâmetros para a organização das turmas da educação infantil, do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos nas unidades de ensino mantidas pelo poder público municipal. E revoga a lei vigente que trata desse assunto (a 3.691, de 20 de abril de 2009). Se aprovado, o PL vai ampliar a quantidade de alunos por turmas, principalmente nas creches e na pré-escola.
“Eu quero aqui dizer que estamos caminhando para aprofundar cada vez mais o abismo que separa o discurso da busca da qualidade da educação, da sua efetiva qualificação. Ouvimos todo o tempo o discurso de que a educação em Sergipe está num patamar muito baixo; Aracaju também não tem um bom desempenho e as autoridades políticas não ajudam a modificar esse cenário”, ressalta.
Iran lembrou que a lei diz que na faixa etária de 0 a 2 anos de idades, as turmas precisam ter no máximo oito crianças, pois exige uma dedicação muito grande e uma atenção diferenciada. Mas a proposta que está tramitando na Câmara Municipal de Aracaju é de que de 0 a 11 meses, as salas devem ter 15 crianças; de 1 ano a 1 ano e 11 meses, 18 crianças e de 1 ano a 2 anos e 11 meses 20 crianças.
“Eu quero perguntar como é que um educador ou educadora que está lidando na creche vai dar conta de uma turma de 20 crianças, que exigem atendimento total. E ainda pelo projeto, até 20 anos e 11 meses, 23 crianças em salas de aula. Na faixa etária de 6 a 7 anos de idades atualmente, o máximo são 20 crianças e estão ampliando para 25; no quarto ano, passa a ser 30 crianças e toda a vida nós lutamos para reduzir o número de alunos por turma, porque isso qualifica o atendimento”, enfatiza.
Iran Barbosa acrescentou que as autoridades precisam entender que ninguém quer ter ‘depósitos de crianças’. “Querem diminuir o número de salas funcionando, a quantidade de professores atendendo e manter os depósitos de crianças. Nós não queremos isso, queremos espaços educativos. Eu pergunto como se educam crianças de 0 a 2 anos de idade, juntando até 20 crianças num sala. Como é que faz isso? Qual é a mágica? O prefeito precisa responder”, alfineta.
Foto: Jadilson Simões