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Gualberto diz que verdadeiros donos da Fafen são os trabalhadores

“Quanto mais caro é o fertilizante, mais caro fica o boi, ou o milho, o feijão e o arroz, cultivados com o fertilizante. Só um país com características de submissão e de entreguismo absoluto, aceita que o seu petróleo, a sua energia, os setores estratégicos do estado, fiquem totalmente controlados pelo capital internacional”. O entendimento é do vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), deputado Francisco Gualberto (PT), ao fazer um pronunciamento na manhã desta quarta-feira, 20 sobre a possibilidade de fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), em Sergipe. “Os verdadeiros donos da fábrica são os 318 trabalhadores que abriram mão dos recursos para que a empresa pudesse continuar servindo enquanto estatal aos brasileiros”, acredita.

Gualberto deixou claro não estar falando de países como Cuba, China e Coréia do Norte. “Não estou falando isso por ser socialista e estar combatendo o capitalismo. Não, estou falando de práticas dentro do próprio capitalismo. Tuoo que é bom para os países civilizados e mais avançados, é ruim para a gente e a gente compra essa ideia. Se fosse bom não ter fertilizantes sob controle, pelo menos controle de fiscalização para os Estados Unidos, não fariam”, acredita.

O parlamentar disse ainda que a sua defesa da Fafen tem a ver com os interesses do Estado de Sergipe, mas também com os aspectos estratégicos do Brasil.

“Quem aqui sabe dizer quem são as controladoras de fertilizantes, que vendem 88% do que o Brasil possui? As pessoas não sabem nem os nomes das empresas, mas os seus representantes estão fora do Brasil, dizendo quanto custa aqui uma tonelada de uréia. A Fafen ainda é do Estado brasileiro, ou do povo brasileiro, mas no fundo nem de Sergipe de fato é mais, pois em 1993 nós trabalhadores tínhamos uma causa trabalhista maior do que o patrimônio da empresa. Eu por exemplo tinha direito na causa a mais de 600 mil reais, o que me daria alternativa de montar um negócio, fazer investimentos. Engenheiros tinham valores a receber que ultrapassavam um milhão e meio de reais. E 318 trabalhadores que tinham esse direito como eu tinha, abrimos mão num acordo judicial com o Governo, desde que a Fafen fosse incorporada à Petrobras, portanto podemos nós sergipanos anunciar que o patrimônio daquela empresa está no patrimônio do Estado brasileiro, mas os verdadeiros donos são os 318 trabalhadores que abriram mão dos recursos para que a empresa pudesse continuar servindo enquanto estatal ao povo sergipano e ao povo brasileiro”, enfatiza.

O vice-presidente da Alese lembrou que Sergipe antes da Petrobras e da Fafen vivia basicamente da cana-de-açúcar, da laranja e de fábrica têxtil. “Era essa a base da economia, mas a Petrobras chegou e mudou tudo. Sergipe passou outro perfil arrecadatório e econômico. Agora estamos vivendo a descida da ladeira, o desmonte de tudo que transformou o estado para melhor. Todo o esforço do governador e de todos os parlamentares que se envolverem nesta questão é válido, mas a sociedade precisa acordar e entender que quando chega um feijão no prato de alguém, por ali passou antes o fertilizante e ali está embutido o preço”, enfatiza.

Por Aldaci de Souza – Rede Alese
Foto: Jadilson Simões

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